A Embrasil Segurança voltou a ser cobrada pelo sindicato para que solucione várias denúncias de irregularidades quanto aos direitos trabalhistas dos vigilantes que fazem o serviço de escolta da empresa. Ela vai ser notificada, pela segunda vez, com um prazo para que resolva logo tais situações ou sofrerá processo na Justiça do Trabalho.
Desde que a fiscalização do sindicato entrou em ação, pela primeira vez, a empresa resolveu uma única situação referente à escolta no Aeroporto Salgado Filho que era obrigada a ficar do lado de fora do pátio das cargas, numa viatura em uma rua lateral.
A diretora Elisa Araújo ressalta que isso só foi solucionado quando o sindicato notificou a Embrasil e a Infraero, alertando que os vigilantes estavam expostos a riscos daquela maneira, poderiam ser presos por porte ilegal de arma, inclusive, e que a fiscalização da Polícia Federal e a mídia seriam avisados dessa situação.
Logo em seguida, a escolta passou para dentro do pátio, próximo das cargas, como manda a norma. No entanto, continua acontecendo o descumprimento de diversos itens da legislação trabalhista e da Convenção Coletiva de Trabalho.
Sobreaviso nos finais de semana
Por exemplo, a escala de trabalho é a 5 x 2, mas os trabalhadores são obrigados a permanecer de sobreaviso nos fins de semana, as 24 horas do dia, sem receber por isso.
Também, quando a escola sofre multa, mesmo sem estar contratado para ser motorista, o vigilante não tem a oportunidade de assumir a pontuação na carteira de habilitação e acaba pagando a multa em duplicidade.
Além disso, as reciclagens não são pagas como horas extras, entre várias outras irregularidades: “A Embrasil está deixando muito a desejar nos quesitos trabalhistas e não vamos deixar por isso mesmo, vamos cobrar o que é direito dos trabalhadores”, afirmou Elisa.
Reunião no sindicato
Numa reunião na última sexta-feira, no sindicato, diretores da empresa foram avisados que terão mais um prazo, após a notificação, para sanar com urgência estes problemas ou terão que responder judicialmente por descumprimento das leis trabalhistas e da Convenção Coletiva.
Outro problema que trataram na reunião foi quanto aos atrasos nos repasses das mensalidades dos vigilantes associados ao sindicato, mas a proposta da empresa para quitar o seu débito com a entidade foi inaceitável e também será notificada sobre isso.
Infelizmente, os vigilantes acabam prejudicados, sem poder usar benefícios como a cesta-básica e cartão de crédito, o que deve levar o sindicato a tomar providências na área jurídica também, caso a Embrasil não pague o que deve e regularize os repasses.