Às vésperas do início da vigência em 11 de novembro da lei 13.467, a chamada “reforma” trabalhista, e diante da ameaça de votação da “reforma” da Previdência, a CUT-RS está organizando as entidades filiadas para o Dia Nacional de Mobilização que ocorrerá na próxima sexta-feira (10). Pela manhã, haverá paralisação das categorias em luta e uma plenária extraordinária de mobilização da CUT-RS, das 10h às 14h, no salão da igreja da Pompeia, em Porto Alegre.
À tarde, junto com as centrais sindicais, será realizado um abraço simbólico ao prédio da Justiça do Trabalho, na Avenida Praia de Belas, em frente ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT-RS), seguido de caminhada até a Esquina Democrática, onde acontecerá um ato unificado às 18h, contra as “reformas” trabalhista e da Previdência e a portaria do trabalho escravo, suspenso por liminar pela ministra do STF, Rosa Weber.
“Esse governo ilegítimo de Michel Temer (PMDB), rejeitado por quase 90% da população, está provocando um retrocesso sem precedentes na história do país. Congelou investimentos em saúde e educação por 20 anos e aprovou uma lei que retira direitos trabalhistas, conquistados com muita luta pela classe trabalhadora, além de tentar enfraquecer os sindicatos e acabar com o acesso gratuito à Justiça do Trabalho”, afirma o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo.
Para ele, “temos que resistir, lutar e acordar o Brasil para mostrar ao Temer e ao Congresso Nacional que não vamos pagar o pato e que não aceitamos a precarização do trabalho, mas queremos emprego decente e nenhum direito a menos”.
Frente à necessidade de realizar um balanço da estratégia de enfrentamento da “reforma” trabalhista e a urgente tarefa de impedir que a “reforma” da previdência seja aprovada, a Direção Executiva da CUT-RS convoca todas as entidades sindicais para que participem da Plenária Extraordinária de Mobilização, na próxima sexta-feira, das 10h às 14h, no salão da Igreja da Pompéia, com a seguinte pauta:
a) Avaliar as nossas ações de resistência;
b) Apresentação do manual de orientações técnico-políticas para barrar a implantação da reforma trabalhista;
c) Planejar ações para o próximo período: greve geral, caravanas da CUT, comitês sindicais e desgaste da base palamentar golpista.
Cada entidade sindical com até 500 trabalhadores na base deverá indicar um delegado ou uma delegada. Entidade sindicais que possuem acima de 500 trabalhadores na base deverá indicar no mínimo 3 dirigentes sindicais.
As inscrições devem ser feitas junto à Secretaria-geral pelo e-mail cut.rs@cutrs.org.br indicando o nome da pessoa e o nome da entidade de base sindical.
“Reiteramos que esta atividade é de suma importância e orientamos aos sindicatos a organizarem transporte solidário para economizar recursos e otimizar a participação de um maior número possível de dirigentes”, salienta o secretário-geral adjunto da CUT-RS, Amarildo Cenci.
Coleta de assinaturas pela anulação da reforma trabalhista
A CUT está intensificando a coleta de assinaturas no projeto de lei de iniciativa popular para anular a “reforma” trabalhista e a lei da terceirização sem limites. “Precisamos no mínimo de 1,3 milhão de assinaturas, o que corresponde a 1% do eleitorado brasileiro, em cinco estados do país, para a tramitação no Congresso, a fim de tentar desfazer esse brutal ataque aos direitos dos trabalhadores”, destaca Nespolo.
Ele ressalta que a “reforma” trabalhista foi enfiada goela abaixo e passaram a conversa na população. “Até o fim de 2014, início de 2015, estávamos em pleno emprego no Brasil. As empresas tinham dificuldade imensa em manter seus funcionários, pois as firmas disputavam os mesmos e as leis trabalhistas não geravam nenhum problema. Por isso, é conversa fiada dizer que a lei trabalhista gera informalidade e cria problemas para gerar empregos. No momento em que tivemos plenas oportunidades, a lei não foi empecilho”.
“Com esse projeto, queremos impactar os deputados para que voltem atrás sobre este assunto”, enfatiza Nepolo, que se mostra satisfeito com o envolvimento dos sindicatos. “Estamos felizes com os resultados, pois isso possibilita ampliar também a consciência crítica dos trabalhadores e aumentar a resistência ao golpe”, finalizou.