ASSEMBLEIAS DA CAPITAL E CAMAQUÃ REJEITAM PROPOSTA PATRONAL QUE RETIRA DIREITOS

Decisão foi unânime, nas duas assembleias de Porto Alegre e em Camaquã

Decisão foi unânime, nas duas assembleias de Porto Alegre e em Camaquã



Foi com muita indignação que todos (as) que compareceram nas assembleias de ontem (23), unanimente, votaram contra a proposta patronal indecente que retira direitos importantes da categoria, como o direito de receber o pagamento do aviso prévio, quando há troca de empresa e o vigilante permanece no posto.

Mas também foram tomadas outras decisões importantes, nas assembleias de Porto Alegre (manhã e noite) e Camaquã, para a continuidade da campanha salarial. Entre elas, a autorização para o sindicato ajuizar dissídio coletivo na Justiça do Trabalho.

O Sindivigilantes poderá ainda negociar diretamente com as empresas para firmar acordos coletivos em separado, desde que mantenham o reajuste de 6,73% que já havia sido negociado com os patrões e aprovado em assembleia, sem acrescentar cláusulas prejudiciais à categoria.

Como o sindicato patronal (Sindesp), por retaliação, emitiu uma orientação às empresas para que cortem todos os repasses do sindicato, as assembleias aprovaram também a continuidade das contribuições ao sindicato, mensalidades, cotas e convênios, sem necessidade de convenção coletiva de trabalho.

Além disso, o assessor jurídico, Maurício Vieira, informou que já foi ajuizada uma ação de protesto a fim de garantir a data-base em primeiro de fevereiro. Isto significa que o pagamento do aumento, quando vier, terá que ser retroativo.

Cláusulas novas

O presidente Loreni Dias e o advogado explicaram, como já vem sendo informado pelo sindicato, que depois de tudo acertado para o aumento de 6,37%, os patrões tentaram impor novas cláusulas na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT 2023).

Entre elas, a retirada do pagamento de aviso prévio na troca de empresas:

“… especificamente nestes casos em que o empregado seguirá empregado, nada será devido a título de aviso prévio ou indenização adicional”, diz a proposta patronal.

Também incluíram a obrigatoriedade do sindicato pedir licença à entidade patronal (Sindesp) antes de ajuizar ações contra as empresas, bem como restrições enormes para a aplicação de multas nas empresas que faltam com suas obrigações trabalhistas, entre outras.

O Sindivigilantes do Sul e os sindicatos de Pelotas, São Leopoldo e Uruguaiana não aceitaram isso, mas diversos sindicatos pelegos, ligados à Federação dos Vigilantes, assinaram a CCT desse jeito, com mais outra cláusula que exclui o adicional noturno do cálculo do valor das horas intervalares.

Cláusulas extremamente prejudiciais

“Tivemos diversas reuniões com a patronal e não tivemos sucesso num acordo, mas o problema não é o percentual de aumento, o problema são essas cláusulas que tiram direitos do trabalhador”, disse o presidente Dias.

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Assembleia da noite na capital

“A cada ano, a patronal faz a mesma coisa, não respeita os nossos direitos e diz que vão retaliar contra nós, porque outros sindicatos já assinaram; pois que eles assinem se quiserem, mas eu não assino convenção desse jeito, que prejudique a nossa categoria”, completou Dias.

O assessor jurídico ressaltou que a CCT deve garantir direitos que já existem e trazer mais benefícios para o trabalhador, “mas o sindicato patronal esquece que isso é uma negociação e quer fazer uma imposição de cláusulas que são extremamente prejudiciais aos trabalhadores, isso é um desrespeito à categoria e é um absurdo que algum sindicato assine algo assim”.

Assembleia Camaquã
Decisão também foi unânime em Camaquã

Chamou a atenção de quem participa da negociação que a última reunião da patronal e sindicatos sequer foi realizada na sede do Sindesp, como normalmente acontece, os presidentes dos quatro sindicatos foram chamados para conversar no escritório do advogado da patronal.

Veja a agenda das próximas assembleias:

Charqueadas – dia 28/03/2023 (terça-feira)
Local: Rua José Athanásio, n° 836-952, Bairro Cruz de Malta.
Horário: primeira chamada às 19h e segunda chamada às 19h30.

Santo Augusto – dia 28/03/2023 (terça-feira)
Local: Galpão Crioulo do Horácio – Rua: Mal. Candido Rondon, nº 100 Bairro São João.
Horário: primeira chamada às 19h e segunda chamada, às 19h30.

Horizontina – dia 29/03/2023 (quarta-feira)
Local: Associação dos Metalúrgicos de Horizontina, RS 342, KM 20.
Horário: primeira chamada às 19h e segunda chamada às 19h30.

São Luiz Gonzaga – dia 30/03/2023 (quinta-feira)
Local: Sindicato dos Bancários – Rua: Dr. Bento Soeiro de Souza, nº 2780 Bairro Centro.
Horário: primeira chamada às 19h e segunda chamada às 19h30.

Santo Angelo/RS, dia 31/03/2023 (sexta-feira)
Local: Sindicato dos Bancários – Rua: dos Andradas, nº 1161.
Horário: primeira chamada ás 19h e segunda chamada ás 19h30

O momento é decisivo e sua presença é muito importante, participe!

 

DIRETOR E EX-PRESIDENTE DA CUT-RS É NOMEADO SUPERINTENDENTE REGIONAL DO TRABALHO NO RS

Claudir Nespolo já foi presidente da CUT-RS

Claudir Nespolo já foi presidente da CUT-RS



O secretário de Organização e Política Sindical da CUT-RS, Claudir Nespolo, é o novo superintendente regional do Trabalho no Rio Grande do Sul. Ele foi nomeado na última quinta-feira (17) pelo ministro do Trabalho e Emprego (MTE), Luiz Marinho, conforme portaria publicada no Diário Oficial da União.

Dezenas de sindicatos e federações de trabalhadores indicaram o nome de Claudir ao ministro para exercer esse importante cargo para o mundo do trabalho.

Claudir é metalúrgico e acumula uma longa e reconhecida trajetória no movimento sindical. Ele reúne conhecimento, experiência, compromisso com a classe trabalhadora e capacidade de diálogo e negociação para enfrentar os desafios.

Foi diretor e presidente da CUT-RS e também diretor e presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Porto Alegre, além de diretor e presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM-CUT).

CUT-RS aplaude escolha do companheiro Claudir

“Aplaudimos a escolha do companheiro Claudir para reconstruir a Superintendência Regional do Trabalho no RS, combater as injustiças e atuar para erradicar o trabalho escravo, valorizar as negociações coletivas e garantir o respeito aos direitos humanos e trabalhistas, na defesa do trabalho digno e decente”, afirma o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci.

Claudir Nespolo e Amarildo Cenci, presidente da CUT-RS

Claudir Nespolo e Amarildo Cenci (Foto: Arquivo/CUTRS)

Os últimos seis anos, desde o golpe que derrubou a presidenta Dilma Rousseff (PT), em 2016, foram os mais duros para quem trabalha e suas entidades de representação sindical.

A reforma trabalhista do golpista Michel Temer (MDB) fragilizou o trabalho formal e reconfigurou o trabalho com a prevalência do individual e precário em detrimento das soluções coletivas.

“A nomeação de Claudir está em sintonia com a luta do movimento sindical para restabelecer um funcionamento administrativo no âmbito do Ministério do Trabalho e Emprego sintonizado com os interesses dos trabalhadores e trabalhadoras, que foram fundamentais na vitória da presidente Lula (PT)”, destaca Amarildo.

Novo superintendente quer trabalho digno e decente para todos

Claudir disse que “ser superintendente regional do Trabalho representa somar no esforço extraordinário de recuperação e transformação do Brasil a partir das relações de trabalho”. Ele começou o dia integrando a comitiva do ministro, em Bento Gonçalves, combatendo o trabalho análogo ao escravo.

Claudir Nespolo também já foi presidente da CUT-RS

Foto: Reprodução

“Não é possível esses retrocessos autorizados no último período permanecerem como normas, como algo normal. Pelo contrário, foi uma exceção que deverá ser extinta com diálogo, penalizações e orientações para que nunca mais aconteçam esses episódios, e o Rio Grande do Sul e o Brasil caminhem rumo a um ambiente de trabalho decente e digno que merece cada trabalhador e trabalhadora para ganhar o seu pão de cada dia”, frisou.

Ele promete muito empenho na nova atribuição. “Diuturnamente trabalharemos pactuando com agentes do Estado, como o Ministério Público, as áreas de saúde, educação e Sistema “S”. Queremos que avancem as contratações coletivas, de modo a garantir trabalho digno e decente para todos.”

Segundo Claudir, “não é possível ter um auditor-fiscal em cada empresa ou um policial atrás de cada empresário, mas é possível pactuar metas e normas e quem sair fora será penalizado como deve ser”.

O novo superintendente defende “a construção coletiva dos processos e a mão firme do Estado para aqueles que insistirem na agenda do trabalho sem dignidade”.

Sindivigilantes do Sul saúda e deseja boa gestão

A direção do Sindivigilantes do Sul recebeu com muita alegria a nomeação do companheiro Claudir Nespolo para o cargo e deseja que tenha uma boa gestão, capacidade e compromisso com a classe trabalhadora não lhe faltam.

“O Claudir tem sido, há muito tempo, um grande amigo e companheiro dos vigilantes, sempre esteve ao nosso lado nas nossas lutas e por isso saudamos a nomeação dele, conforme esperávamos, seremos parceiros para que tenha muito sucesso nessa nova tarefa que está assumindo”, disse o presidente do sindicato, Loreni Dias.

Foto de abertura: Arquivo / CUT-RS
Fonte: CUT-RS