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PELO SEGUNDO ANO, DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA É FERIADO EM TODO O PAÍS

Consciência Negra 2025 - CUT - site



Nesta quinta-feira (20), o Brasil celebra como feriado nacional, pelo segundo ano consecutivo, o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, um marco histórico que reconhece oficialmente séculos de resistência do povo negro contra o racismo.

A data, sancionada pelo presidente Lula (PT) em novembro de 2023, reforça a urgência de políticas antirracistas e da valorização das vozes que, apesar da desigualdade persistente, continuam impulsionando o país.

Em 2011, a presidenta Dilma Rousseff (PT) já havia oficializado a data 20 de novembro como Dia da Consciência Negra, em homenagem à memória de Zumbi dos Palmares e Dandara dos Palmares.

Quem foi Zumbi dos Palmares?

Por volta de 1580, Zumbi dos Palmares foi líder do Quilombo dos Palmares, formado na Serra da Barriga, na então Capitania de Pernambuco (hoje estado de Alagoas).

Negro escravizado, virou símbolo da luta do povo negro contra a escravidão. Foi assassinado durante uma batalha contra as forças da Coroa Portuguesa. Teve a cabeça cortada, salgada e exposta pelas autoridades no Pátio do Carmo, em Recife.

O objetivo foi desmentir a crença da população sobre a lenda da imortalidade de Zumbi.

Após quase 300 anos, Zumbi foi reconhecido como símbolo de resistência e a data de sua morte passou a ser referência de luta antirracista até se tornar data oficial no calendário brasileiro como o Dia da Consciência Negra.

Para que serve a data?

O 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra, é uma data de celebração e, também, de conscientização da população negra e todos em geral sobre a força, a resistência e o sofrimento que o povo negro viveu no Brasil desde a colonização.

Durante o período colonial, aproximadamente 4,6 milhões de africanos foram trazidos ao Brasil para servirem na condição de escravos, trabalhando primeiramente em lavouras de cana-de-açúcar e no serviço doméstico, e posteriormente na mineração e em outras lavouras.

Neste período, a condição de vida dos africanos e dos negros escravizados nascidos no Brasil era extremamente precária.

Além de serem submetidos ao trabalho forçado, as pessoas negras escravizadas eram submetidos a um tratamento degradante e humilhante, não tendo direito a tratamento médico, à educação e a qualquer tipo de assistência social.

A data também serve para debater a importância do povo e da cultura africana no Brasil, com seus respectivos impactos políticos no desenvolvimento da identidade cultural brasileira, seja por meio da música, da política, da religião ou da gastronomia entre várias outras áreas que foram profundamente influenciadas pela população negra.

Colonização

Durante o período colonial, aproximadamente 4,6 milhões de africanos foram trazidos ao Brasil para servirem na condição de escravos, trabalhando primeiramente em lavouras de cana-de-açúcar e no serviço doméstico, e posteriormente na mineração e em outras lavouras.

Neste período, a condição de vida dos africanos e dos negros escravizados nascidos no Brasil era extremamente precária. Além de serem submetidos ao trabalho forçado, eram submetidas a um tratamento degradante e humilhante, não tendo direito a tratamento médico, educação e a qualquer tipo de assistência social.

O Brasil foi um dos últimos países no mundo a abolir a escravidão. Somente em 1888 foi assinada a Lei Áurea Todos os outros países das Américas já havia abolido a escravidão décadas antes.

A assinatura da lei pela Princesa Izabel, porém, em nada garantiu a dignidade e justiça social aos milhões de escravizados sequestrados da África durante séculos. Eles foram jogados à própria sorte, sem nenhuma proteção social, ficando à margem da sociedade.

Hoje, a discriminação e as desigualdades persistem e continuam oprimindo a população negra.

Fonte: CUT

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CUT CELEBRA 20 DE NOVEMBRO COM DEBATE SOBRE IMPACTOS DO RACISMO NO MUNDO DO TRABALHO

20 de Novembro_CUT_site



Em celebração ao Dia Nacional da Consciência Negra, comemorado nesta quarta-feira (20), o Coletivo de Combate Nacional de Racismo da CUT vai debater os impactos de um dos maiores entraves para a população negra no mercado de trabalho, o racismo estrutural. O encontro será realizado nos dias 21 e 22 deste mês, a partir das 9h, na sede da CUT Nacional, no Brás, em São Paulo.

O Dia Nacional da Consciência Negra lembra a morte de Zumbi dos Palmares, que lutou contra a escravidão do seu povo. A data, que lembra a morte do líder do Quilombo dos Palmares, tornou-se feriado nacional após a promulgação de um decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no final de 2023.

Além dos debates terem como objetivo o resgate das lutas da CUT no combate ao racismo e entender as conexões de luta antirracista da classe trabalhadora, o evento vai discutir as ações prioritárias para o ano de 2025, que terá a 5ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Conapir) e a Marcha das Mulheres Negras.

A secretária nacional de Combate ao Racismo da CUT, Júlia Nogueira, explica que o encontro com os coletivos estaduais e ramos será importante para pensar estratégias e planejar as lutas antirracistas para o ano que vem.

“Nessa mesma reunião do coletivo dos dias 21 e 22 iremos, de forma coletiva, pensar quais ações a CUT vai propor durante a 5ª Conapir, que trata a democracia e a reparação racial como o eixos principais da conferência. É fundamental também que nesta reunião do coletivo possamos pensar e estabelecer as ações prioritárias, evidentemente que vinculadas ao mundo do trabalho, que a CUT vai propor na conferência”, diz a dirigente.

Convidados

O encontro do Coletivo de Combate ao Racismo da CUT contará com as participações de Rosa Negra, do Movimento Negro Unificado (MNU), Nuno Coelho, dos Agentes de Pastoral Negra (APNs), Marina, da União de Negros pela Igualdade (Unegro) e vice-presidenta do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR), Cledisson Júnior, do Ministério da Igualdade Racial (MIR), Almir Aguiar, da Juventude Negra Viva e secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, além de Matilde Ribeiro, ex-ministra da Secretaria Executiva de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR).

Dados

Os dados sobre o mercado de trabalho mostram que pessoas negras formam a parcela com as piores condições de emprego e renda do país. De acordo com o movimento negro, isso é resultado de um processo histórico, fruto do chamado racismo estrutural.

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as desigualdades raciais no mercado de trabalho brasileiro são evidentes. No 4º trimestre de 2023, entre as mulheres ocupadas com inserção informal no mercado de trabalho, 41% eram negras e 31% não negras.

O levantamento aponta que 91% das trabalhadoras domésticas no Brasil são mulheres e 67% delas são negras.

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Fonte: CUT Brasil

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