“TIVEMOS QUE PAGAR UMA DÍVIDA MONSTRUOSA DA ANTIGA DIREÇÃO”, LEMBRA DIAS

Presidente Loreni Dias

Presidente Loreni Dias



Ao se encerrar mais um ano, o presidente do Sindivigilantes do Sul, Loreni Dias, ressalta que o sindicato tem se mantido de portas abertas com grandes dificuldades e isto nem sempre é lembrado pela categoria. “Tivemos que pagar uma dívida monstruosa, que herdamos da antiga direção, e ainda deixamos de receber o imposto sindical, que foi cortado na reforma trabalhista”, disse.

“Por último, enfrentamos até mesmo o corte dos repasses das mensalidades e das cota pelas empresas”, acrescentou. Isso já levou alguns sindicatos, como o Sindicato dos Vigilantes de Lajeado, a fecharem as portas.

Ele recorda que sua diretoria, quando assumiu, encontrou o Sindivigilantes quebrado, completamente afundado em dívidas (a maior com o INSS), devendo mais de R$ 2 milhões na praça, uma herança da antiga diretoria: “Os cofres estavam raspados, não havia uma só viatura em condições de andar e a colônia de férias estava completamente sucateada”.

Tudo piorou ainda mais com a reforma trabalhista, do governo Temer, que cortou o imposto sindical, além de mexer na CLT e roubar vários direitos dos trabalhadores, em 2017. Era uma das principais fontes de receita dos sindicatos, que acabou de uma hora para outra.

Momento dramático

A reforma da Previdência de Bolsonaro foi outro momento dramático, tomando tempo e recursos do sindicato, que precisou se mobilizar para defender a aposentadoria especial dos vigilantes, juntamente com outros sindicatos e a CUT.

Até mesmo recorrer à Justiça Trabalhista ficou mais difícil. Favorecidos pelas reformas, os patrões da segurança privada dificultaram ao máximo as negociações salariais de 2020-2021 e cortaram os repasses ao sindicato, numa tentativa de impor um acordo do jeito que eles queriam.

“Chegou a faltar dinheiro para pagar os funcionários e tivemos que pedir ajuda aos sindicatos amigos, à Federação dos Metalúrgicos e à CUT”. Mas os patrões e os pelegos falharam, não conseguiram quebrar o sindicato, que resistiu e lutou, até conseguir uma convenção coletiva em melhores condições do que as empresas estavam oferecendo.

“O próximo reajuste dos salários, inclusive, já foi garantido para 1º de fevereiro, pelo índice da inflação integral”, destacou. A estimativa de inflação para dezembro é de 10,8% (INPC).

Segundo ele, o pior já passou: “A convenção do próximo ano está resolvida, pagamos a dívida antiga do INSS e estamos com as contas em dia, isso nos mais dá tranquilidade para pensarmos a longo prazo, em novos projetos para a categoria”, completou Dias.