SINDICATOS COBRAM DOS PATRÕES REPOSIÇÃO DAS PERDAS SALARIAIS

Os quatro sindicatos que fazem a negociação conjunta encaminharam resposta ao Sindesp, o sindicato patronal.



Os quatro sindicatos que estão fazendo a negociação conjunta da convenção coletiva de trabalho dos vigilantes encaminharam, sexta-feira (19), uma resposta à proposta do sindicato patronal (Sindesp), cobrando a reposição das perdas salariais da categoria dos últimos dois anos, entre outras cláusulas.

A correspondência ao Sindesp é assinada pelos presidentes do Sindivigilantes do Sul, Loreni dos Santos Dias, do Sindicato dos Vigilantes de São Leopoldo e Região, Moisés Francisco Moraes Machado, de Pelotas e Região, Marcelo Puccinelli Alves, e de Uruguaiana, Luis Carlos Corrêa da Silva.

As empresas estão propondo um reajuste salarial de 6,01%, mas isso sequer cobre a inflação de 2019 a 2021. Na sua contraproposta, os sindicatos requerem um aumento dos salários de 10,47% para, pelo menos, repor as perdas da categoria diante da inflação medida pelo INPC nos dois últimos anos.

No documento, elaborado com a assessoria jurídica, os presidentes rejeitam um conjunto de cláusulas apresentadas pelas empresas, por três motivos básicos:

– Há cláusulas que contrariam frontalmente as normas legais.

– Várias cláusulas da minuta apresentada pelas empresas já foram objeto de questionamentos judiciais, inclusive pelo Ministério Público do Trabalho, em ações anulatórias de convenções coletivas anteriores.

– Várias cláusulas trazem significativos prejuízos aos trabalhadores.

Quitação das perdas

Não foi aceita, entre outras, a quitação das diferenças salariais do passado da forma que os patrões propõem, sem cobrir a inflação do período. Pelo contrário, os sindicatos querem a reposição integral das perdas da categoria desde 2019. Inclusive, foi ajuizado dissídio na Justiça do Trabalho pelo Sindivigilantes do Sul neste sentido.

Sobre o vale-alimentação, os sindicatos apontam que há um congelamento do valor na proposta das empresas, pois querem passar o VA de R$ 20,00 para R$ 21,50, desconsiderando a inflação de 10,47% e que a cesta básica aumentou mais de 30% no mesmo período.

Em outro ponto, os presidentes ressaltam que a convenção coletiva não pode negar, como querem as empresas, o direito dos trabalhadores de receberem a hora prorrogada noturna, quando trabalharem após as cinco horas da manhã.

Também consideram inaceitável a intenção dos patrões de exigir dos vigilantes que fiquem à disposição do empregador no final de semana para completar a jornada semanal. “Isto vem em especial prejuízo aos vigilantes que laboram em instituições financeiras”, assinalam.

Depois de apontar todos os problemas da minuta enviada pelas empresas e apresentar sua contraproposta, os presidentes afirmam que é do seu “máximo interesse” dar andamento à negociação com a entidade patronal, até porque a categoria está sem recomposição salarial há dois anos.

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