JUSTIÇA DO TRABALHO MARCA AUDIÊNCIA DE MEDIAÇÃO DOS SINDICATOS E PATRONAL

Sede do TRT-RS, em Porto Alegre

Sede do TRT-RS, em Porto Alegre



O desembargador Francisco Rossal de Araújo, vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-RS), marcou para dia 04 de maio, terça-feira, ás 16h30, uma audiência de mediação por videoconferência com os representantes do Sindivigilantes do Sul, Sindicato dos Vigilantes de São Leopoldo e Região, Sindicato dos Vigilantes de Pelotas e Região, Sindicato dos Vigilantes de Uruguaiana e o sindicato patronal (Sindesp).

A audiência foi solicitada pelos quatro sindicatos, através da assessoria jurídica, uma vez que os patrões não responderam à contraproposta encaminhada para eles. Nem mesmo atenderam ao pedido de uma reunião de negociação, como sempre foi o normal em todos os anos anteriores.

Os patrões querem simplesmente empurrar goela abaixo dos vigilantes TODAS as cláusulas da sua proposta, que rebaixa ainda mais os salários, pois nem sequer cobre as perdas da inflação do período.

Eles propõem apenas 6% de aumento, 90 reais a mais sobre o básico, mas as perdas desde a última convenção somam 10,47%, 157 reais!

Também são consideradas quitadas todas as perdas passadas.
(No caso do Sindivigilantes do Sul, isto suspende o dissídio que o sindicato ajuizou na Justiça do Trabalho e que deve ser julgado em breve)

Além disso, há diversas cláusulas com as quais metem a mão no bolso dos vigilantes, ou seja, mais prejuízo ainda. Por exemplo, deixam de pagar em dobro, como manda a lei, feriados e dias de descanso trabalhados, quando não houver compensação por esse trabalho.

A proposta deles autoriza a escala 4 x 2 com intervalo de apenas meia hora, pagando de indenização, quando não for gozado, apenas 30 minutos.

As empresas poderão reduzir o tempo de gozo de intervalo para 30 minutos e quando o vigilante não tirar esse intervalo, a empresa irá indenizar apenas 30 minutos, não uma hora, como determina a lei.

Não bastasse isso, pela proposta patronal, o intervalo pode ser a qualquer hora, como bem entenderem.

Deixam de pagar a hora prorrogada noturna, quando o vigilante trabalha até depois das 5 horas da manhã.

Tem ainda a cláusula que obriga o vigilante de banco a ficar à disposição das empresas para trabalhar nos finais de semana, como compensação de jornada, sem receber nem um centavo a mais por isso.

No caso dos ASP, o adicional de risco vira ajuda de custo, que não tem reflexo no cálculo de parcelas de natureza salarial, como férias e décimo terceiro, ou seja, vão receber menos nesses itens.

Sem contar várias cláusulas que já foram consideradas ilegais pelo Ministério Público do Trabalho.

Vamos repetir: os patrões querem que os vigilantes simplesmente aceitem TUDO, cem por cento da proposta deles, não querem negociar nenhuma cláusula.

Isso é justo? O que mais vão querer da próxima vez, se continuarmos cedendo, desvalorizando cada vez mais nossa profissão?

Por isso pedimos essa mediação e esperamos que na Justiça isso mude, que pelo menos se disponham a negociar.

Vigilante não é escravo, assim como está, não dá pra aceitar!
Aumento já!
Nenhum direito a menos!

Sindivigilantes do Sul
Sindicato dos Vigilantes de São Leopoldo e Região
Sindicato dos Vigilantes de Pelotas e Região
Sindicato dos Vigilantes de Uruguaiana