Atualmente, a nossa categoria é formada, na sua grande maioria, por companheiros novos na atividade de vigilante. Muitos, não conhecem a história e a luta do Sindivigilantes do Sul, a sua trajetória em busca de organização e respeito profissional, o esforço e dedicação da sua diretoria.
Todo este trabalho resultou no respeito e reconhecimento da sociedade. Somos uma categoria organizada e representativa, dirigida por pessoas competentes e dedicadas. E por isso, queremos contar um pouco da nossa organização e da trajetória vitoriosa dos vigilantes gaúchos.
Histórico
1969 – O início da atividade dos Vigilantes
A atividade teve início no país na década de 60, mas precisamente após o golpe militar de 1964, pois nesta época estava crescendo os ataques políticos a bancos, para buscar fundos para sustentar a luta armada contra o regime ditatorial da época. Para reforçar a segurança das agências, os governantes da época criaram o Decreto-Lei nº 1034, de 1969, autorizando os bancos a contratarem vigilantes para fazer a segurança dos estabelecimentos financeiros.
1974 – Início da organização dos vigilantes e eleição do primeiro presidente Adão Nunes
No Estado, a categoria iniciou sua organização cinco anos após a edição da primeira lei (Decreto nº 7 1034, de 1969), somente em 23/10/1974, com a fundação da Associação Profissional dos Empregados de Agentes Autônomos do Comércio e Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas, liderada pelo Sr. Adão Nunes, primeiro presidente da categoria.
1979 – Ari da Silva: segundo presidente e líder da primeira greve
Apesar da categoria ter dado os seus primeiros passos, a sua luta começou de fato em 1979, com a greve da categoria ocorrida em setembro deste ano, liderada pelo vigilante Ari da Silva, que neste ano assumiu a presidência da associação mobilizando a categoria para uma grande greve que durou quase trinta dias, e a partir deste momento os vigilantes começaram a resgatar os direitos trabalhistas porque até esta data a jornada de trabalho da categoria era de 10 horas diárias e recebiam apenas o salário mínimo enquanto que os demais trabalhadores brasileiros tinham uma jornada de oito horas diárias. Os vigilantes, com a realização da greve,conquistaram o seu primeiro acordo em 1980, piso salarial, jornada de oito horas diárias e outros benefícios.
1983 – Aprovada a primeira lei que regulamentou a atividade de segurança privada
Até o ano de 1983, os vigilantes não tinham nenhuma formação profissional, qualquer pessoa poderia ser contratada para a função de vigilante, a partir da publicação da Lei 7.102/83, passou a ser exigido cursos de formação e reciclagem, aptidão física e mental, não ter antecedentes criminais e estar quites com as obrigações eleitorais e militares.
1985 – Segunda greve liderada pelo presidente Ari da Silva
Em 1985, os vigilantes tiveram a segunda greve com o objetivo de conquistar mais direitos e condições de trabalho, liderada pelo presidente Ari da Silva, mas a greve não atingiu os seus objetivos e acabou fracassando, pois a Associação não conseguiu negociar com os patrões, em julho deste ano morre o presidente Ari da Silva.
1985 – Ivo Prado da Silva: terceiro presidente eleito
Em agosto de 1985, teve eleições e a diretoria da Associação reuniou alguns vigilantes que se destacaram na greve, entre eles: Ivo Prado da Silva, Evandro Vargas dos Santos, Adão Moura, Ademar Rodrigues da Silva, sendo eleito então o Sr. Ivo Prado da Silva, que presidiu até 1986.
1986 – Desmembramento da nossa categoria
No ano de 1986, com a aprovação da Portaria 3018, de 20 de janeiro de 1986, do Ministério do Trabalho, ocorreu o desmembramento da nossa categoria que passou a ter a seguinte denominação: Associação Profissional dos Empregados de Empresas de Segurança e Vigilância do Estado do Rio Grande do Sul, a partir deste momento a nossa categoria começou a tomar o seu rumo a passos largos para sua organização de fato e de direito.
1986 – Os vigilantes conquistam o direito de se organizar em sindicato e o Sindi-Vigilantes do Sul conquista a primeira carta sindical do Estado
Neste ano, os vigilantes conquistam o direito de se organizarem em sindicato, direito que era negado devido pertencerem a uma categoria armada, finalmente em 10/12/1986 foi conquistada a carta sindical do primeiro sindicato do Estado: O Sindi-Vigilantes do Sul. O sindicato foi presidido pelo Ivo Prado da Silva, no período de 10/12/1986 a 06/05/1991. A partir deste momento, passamos a ter uma personalidade mais forte, mais respeitada, os vigilantes passaram a ser uma categoria mais organizada.
1991 – Evandro Vargas dos Santos, segundo presidente eleito do sindicato
Em 1991, assume a presidência do Sindi-Vigilantes do Sul, o vigilante Evandro Vargas dos Santos, que deu continuidade às lutas da categoria na sua organização, qualificação profissional e salarial, conquistando inclusive risco de vida, sendo o pioneiro no país.
No seu comando, a entidade cresceu, ampliou sua prestação de serviços e convênios e construiu a tão sonhada Colônia de Férias para que os vigilantes e seus familiares possam veranear no período de férias.
Foi também um dos fundadores da Federação dos Vigilantes do Estado do Rio Grande do Sul, sendo o responsável pela unificação dos trabalhadores no Estado.
1992 – Sindicato conquista sua sede própria
Neste ano, o sindicato adquiriu sua sede própria que está localizada na Rua Comendador Azevedo, nº 469, bairro Floresta, na capital.
1994 – Lutas e Conquistas
Um ano difícil para os vigilantes brasileiros, pois alguns políticos, sem nenhum conhecimento da categoria, atribuíam, aos vigilantes tudo de ruim que acontecia nesta época. O Projeto de Lei 2803/94, de autoria da então deputada federal Rita Camata, que presidia a Comissão Parlamentar de Extermínio de Menores no Estado do Rio de Janeiro, onde a deputada na sua justificativa afirmava que todos os vigilantes participam do extermínio de menores, taxando a categoria de bandidos. O projeto também previa que somente bancos poderiam contratar vigilantes, com isso os vigilantes que prestavam serviços no comércio, indústria e órgãos públicos seriam demitidos. A ação firme dos sindicatos de todo o país resultou na invasão do Congresso Nacional. Diante disso, conseguimos rever o projeto e assegurar o emprego de todos os vigilantes ameaçados. A modificação do projeto resultou na Lei 8863/94. Neste movimento foi fundamental o apoio dos deputados federais à época: Paulo Paim, Wilson Meller, Chico Vigilante, Romeu Tuma, Benedita da Silva e outros tantos que nos ajudaram a vencer esta grande batalha.
1995 – Categoria trava uma batalha contra os projetos do Deputado Estadual Giovani Cherini
A partir de 1995, os vigilantes gaúchos iniciaram uma verdadeira guerra contra os projetos de leis do deputado Giovani Cherini, luta que se estendeu até 2005. Nos projetos apresentados pelo deputado, os patrões passariam a ter o poder de estabelecer o salário que desejassem para a categoria e permitiam a criação de cooperativas de vigilantes. Com isso, ele pretendia acabar com todos os direitos previstos em acordo coletivo e na CLT. Com ações rápidas, realização de atos públicos e audiências públicas na Assembleia Legislativa conseguimos retirar os projetos de pauta e impedir sua votação.
1999 – Carteira Nacional do Vigilante
Neste ano, foi criada a Carteira Nacional do Vigilante, importante instrumento de identificação profissional e com validade em todo o território nacional. A conquista da carteira é resultado de um trabalho de todas as entidades sindicais pelo reconhecimento da profissão. A partir da criação da Carteira Nacional do Vigilante, seu uso passou a ser obrigatório para o exercício da profissão. Hoje, ser vigilante é sinônimo de honestidade e credibilidade.
2002 – Colônia de Férias
Neste ano, o sindicato adquiriu o terreno que anos depois construiria a sua tão sonhada Colônia de Férias, proporcionando assim um espaço de lazer para o vigilante e sua família.
2006 – Conquista do Colete a prova de balas
Uma luta histórica da categoria que se tornou realidade, num prazo de cinco anos, todos os vigilantes em todos os postos de trabalho terão colete a prova de balas.
Diretoria Atual
Em 2013 o presidente Loreni dos Santos Dias foi eleito para seu primeiro mandato e foi reeleito em 2017, para segundo mandato até 2020. Neste ano a eleição foi suspensa, por um recurso da oposição, e veio a acontecer em julho de 2022, com a reeleição de Dias para um terceiro mandato.
A Estrutura do Sindivigilantes do Sul
O Sindivigilantes do Sul após anos de lutas conquistou benefícios para os vigilantes, ampliou sua rede de convênios e vem trabalhando firmemente para proporcionar aos seus associados mais benefícios e qualificação profissional.
Conquistas importantes:
– Sede própria, na Rua Voluntários da Pátria, 595, salas 501 e 502
– Colônia de Férias, na Praia do Magistério, município de Balneário Pinhal
– Qualificação Profissional
– Departamentos: Jurídico, Cálculos, Secretaria Geral e Financeiro
– Rede de Convênios ampliada
Reforma Trabalhista
Desde a reforma trabalhista, que entrou em vigor no final de 2017, aumentaram muito as dificuldades dos sindicatos, inclusive do Sindivigilantes do Sul, com o corte total dos recursos que eram oriundos do imposto sindical. Ele equivalia ao desconto de um dia de trabalho de todos os trabalhadores, uma vez por ano, e correspondia a grande parte do dinheiro disponível para oferecer melhores serviços à categoria.
Isso obrigou o Sindivigilantes do Sul a desativar a maioria das suas subsedes no interior do Estado, demitir funcionários e cortar benefícios como as consultas gratuitas. Mas, com muitas restrições, contando apenas com as mensalidades dos sócios e a contribuição assistencial, que não são obrigatórias, o sindicato vem se mantendo e cumprindo sua principal missão que é lutar pelos direitos da categoria profissional.
A principal luta, atualmente, é defender direitos conquistados em décadas de luta e que estão sob ataque dos dois últimos governos, dos presidentes e Michel Temer e Jair Bolsonaro, como a aposentadoria especial dos vigilantes.
Municípios de abrangência
(Publicação em breve)