Sindicato denuncia à população tratamento desumano do Santander contra os vigilantes

 

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Banco não respeita horário de intervalo de almoço
dos vigilantes

Um grande protesto foi realizado pelo Sindivigilantes do Sul, na manhã desta quarta-feira (16), na frente da agência Centenária do Banco Santander, na capital, denunciando o tratamento desumano da instituição financeira contra seus vigilantes, funcionários das empresas Embrasil e Epavi. Por determinação do banco, eles estão sendo impedidos de ter o seu intervalo normal de almoço, desde setembro. Se os vigilantes quiserem, devem almoçar no início da manhã, às oito horas, ou no final do expediente.

Cerca de 20 diretores e apoios do sindicato se concentraram na entrada da agência, distribuindo panfletos com a denúncia, com megafone, apitaço, bandeiras do sindicato e uma faixa dizendo: “Este banco não respeita os direitos dos vigilantes”. O panfleto, entregue aos clientes e transeuntes, relata a situação a que estão sendo submetidos os vigilantes do banco e indaga: “Você quer ser cliente de um banco que desrespeita um direito tão básico como esse? Pense nisso!”.

O presidente do sindicato, Loreni Dias, entregou uma cópia do manifesto ao gerente administrativo do Santander, para ser encaminhado à direção geral do banco. Ele advertiu que, se não for apresentada uma solução até o final de semana, a partir de segunda-feira o sindicato passará a fechar agências do Santander na capital e interior, com a ajuda da CUT e outros sindicatos. “Isto é um absurdo e um abuso do banco, que nós não vamos aceitar mais”, avisou Dias ao gerente e também ao supervisor de segurança externa do banco, Mário Gazul Jr., da empresa Curtinaz.

“Almoço às oito horas? Mas como pode isso?”, questionou uma senhora. “Todo trabalhador tem direito assegurado às refeições normais e horários de lanche”, disse outro cidadão, em apoio à manifestação. O horário de intervalo é normatizado pelo artigo 71 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), onde consta que “Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora”.

Esta é uma política que o Santander está aplicando no país todo mas, no Rio de Janeiro, uma juíza já concedeu liminar determinando a volta do horário normal de almoço. O Sindivigilantes também ingressou com ação judicial no Estado e uma audiência está marcada para a próxima semana. “Este banco estrangeiro, que lucrou mais de R$ 1,3 bilhão no Brasil só no primeiro trimestre, aqui demitiu 100 vigilantes para economizar, sem se importar com suas famílias e sem se importar com a saúde dos vigilantes que fazem a segurança das agências”, afirmou um dos diretores do sindicato, ao megafone.

Veja abaixo o texto da denúncia distribuída à população.

ATENÇÃO CLIENTES DO SANTANDER
O Banco Santander não permite que os seus vigilantes façam o INTERVALO DE ALMOÇO normalmente. Isto está acontecendo no Rio Grande do Sul e nos demais estados, desde setembro. Isto é DESUMANO, prejudica a saúde e tira a tranquilidade desses trabalhadores (as). Com que condições eles podem trabalhar sendo DESRESPEITADOS assim? O banco só faz isto para diminuir o número de vigilantes, para economizar. Como se precisasse, já que o Santander e os outros bancos lucram um absurdo no Brasil, com os juros mais caros DO MUNDO que cobram dos seus clientes. O SINDIVIGILANTES DO SUL está processando o Santander na Justiça do Trabalho, por desrespeito à garantia do horário de intervalo previsto na CLT.
Você quer ser cliente de um banco que desrespeita um direito tão básico como esse? Pense nisso!