Há dois anos o sindicato oferece atendimento psicológico gratuito para sócios e não sócios e seus dependentes, como parte do projeto social desenvolvido pela entidade. O psicólogo Antônio Jane Cardoso passou a prestar esse serviço em setembro do ano passado, substituindo a psicóloga anterior.
As consultas, custeadas pelo sindicato, são sempre às quintas-feiras, das 10h às 16h, com horários pré-agendados. Elas acontecem presencialmente para a capital e Região Metropolitana e de forma online para o interior.
Para marcar consulta com ele basta ligar ou mandar mensagem:
Fone/WhatsApp: (51) 3225-5070.
A seguir, uma breve entrevista com o Dr. Antônio.
Pergunta: Como está sendo para o senhor trabalhar com os vigilantes nesses oito meses?
Resposta: Tem sido muito gratificante trabalhar com os vigilantes e seus dependentes nesse tempo. É uma boa surpresa a cada semana.
Acredito que poucos saibam que tenho formação e experiência tanto na área de Saúde do Trabalhador quanto na Psicologia Clínica. Mesmo assim, me surpreendeu a quantidade de pessoas interessadas em trabalhar o seu crescimento pessoal ou os seus relacionamentos, em vez de buscar soluções para atritos na área da saúde do trabalho. Outra surpresa é o baixo número de atendimentos, comparado com outros locais onde atuo.
P: Há algum aspecto que tenha lhe chamado mais a atenção no atendimento aos trabalhadores da segurança privada?
R: Talvez isso responda à minha surpresa anterior: como a maioria dos trabalhadores, os vigilantes não parecem preocupados com os riscos à saúde causados pela profissão, como varizes ou problemas psicológicos inerentes à atividade, tais como estresse, depressão ou ansiedade.
P: Tendo em vista o que o senhor observou até agora, teria alguma recomendação especial para a categoria?
R: Sim. O trabalho é uma oportunidade não apenas para garantir o sustento, mas também para alcançarmos realização pessoal. O trabalho dos agentes da segurança privada é digno como qualquer outro. Muitas vezes, não é a empresa que nos causa problemas, mas sim a nossa própria visão sobre nós mesmos. No entanto, quando a empresa é a origem do problema, podemos cooperar para que ele seja solucionado.
P: Qual a importância do trabalho do Sindicato na área da saúde mental?
R: A maior importância, do meu ponto de vista, é que a saúde mental não pode ser separada da saúde física, pois ambas interagem constantemente. Duvido que alguém possa expressar qualquer emoção sem mover algum músculo! Podemos afirmar que é através da musculatura e do corpo que manifestamos nossas emoções.
P: Que perspectivas ou sugestões o senhor tem para o futuro desse trabalho?
R: Acredito e espero que, mais cedo ou mais tarde, o Sindicato crie um departamento de saúde, que poderia contar com um psicólogo do trabalho, um médico do trabalho e um advogado especializado na área, coordenados por um diretor específico e atuando em conjunto.
As ações poderiam ser pontuais, investindo em pesquisas sobre doenças ocupacionais como depressão e Burnout, e também na saúde ocupacional, abordando questões como varizes, tendências suicidas, preconceitos, estresse ocupacional, fadiga e efeitos do assédio moral.
Esse Sindicato é um dos mais conscientes nessa área, e confio na sabedoria do nosso presidente para mais esse salto de qualidade. Quem sabe, com a mudança de sede, podemos transformar o que já é bom em algo ainda melhor?
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Nota da Redação:
Se você estiver com dificuldades emocionais devido a questões do ambiente de trabalho, problemas familiares, de relacionamento, com sintomas de depressão, ansiedade, Burnout ou outras situações que lhe causam sofrimento, procure logo apoio emocional com nosso psicólogo ou um psiquiatra, ou ligando sem custos para o 188, telefone do Centro de Valorização da Vida. Você não está sozinho(a), se precisar, peça ajuda!