O Sindivigilantes do Sul e os vigilantes da Bankfort realizaram uma paralisação e um forte protesto na manhã desta segunda-feira (8), em frente ao Hospital Psiquiátrico São Pedro, em Porto Alegre, contra os sucessivos atrasos de salários, férias, vale-alimentação e agora da primeira parcela do 13º salário.
Logo no início da manhã, na troca de turno, o sindicato já estava no local. “Este não é um bom dia; seria, se os vigilantes tivessem recebido seus salários, que novamente atrasaram neste mês”, afirmou o presidente do sindicato, José Airton Trindade.
Na entrada do hospital, os trabalhadores exibiam uma faixa com a frase “Respeitem nossos direitos, paguem nossos salários”, enquanto entoavam o coro de “Salário! Salário! Salário!”. Muitos motoristas que passavam pela Avenida Bento Gonçalves manifestaram apoio com buzinaços.
No São Pedro trabalham 63 vigilantes, e outros 20 atuam no Hospital Colônia Itapuã — todos ainda sem receber, assim como a maioria dos demais postos atendidos pela empresa, incluindo Secretaria Estadual da Educação, Secretaria da Agricultura, Instituto Geral de Perícias, IML e outros órgãos.
A equipe da TV Record esteve no local e registrou o protesto. “O governo do Estado, que contratou a empresa, precisa tomar providências. É urgente romper esse contrato e contratar outra que respeite os vigilantes e pague em dia”, reforçou José Airton.
Após a manifestação, o presidente, o vice-presidente Ilson Pereira e a diretora Cristiloren Luz reuniram-se com o fiscal do contrato no São Pedro, André Susin.
Ele informou que abriu o terceiro processo de irregularidades contra a Bankfort e que encaminhará processo para contratação emergencial de outra empresa, provavelmente para fevereiro. Segundo Susin, o próximo pagamento só será liberado à Bankfort caso o 13º dos trabalhadores esteja regularizado.
Sindicato no CEVS e no DAF
Encerrado o protesto às 11h, a comissão do sindicato seguiu para o Centro Estadual de Vigilância Sanitária (CEVS), na Avenida Ipiranga. Apenas uma vigilante estava no posto, também com salário e 13º atrasados — seu colega não conseguiu trabalhar por falta de vale-transporte.
Em conversa com o sindicato, os fiscais do contrato, Henrique Bocoli e Humberto Della Paqua, e a chefe administrativa, Fernanda Gomes, informaram que já existem três processos de irregularidades abertos contra a Bankfort, que podem resultar em penalidades. O órgão também iniciou processo para licitação emergencial de nova empresa.
Depois, a direção visitou o Departamento de Assistência Farmacêutica (DAF), onde conversou com os vigilantes e foi recebida pela coordenadora Carmen Mikoleiczak. Ela afirmou que a empresa vem apresentando a documentação necessária para receber seus pagamentos, mas, diante dos atrasos, também abriu processo de irregularidade. Outras medidas, segundo ela, dependem da direção administrativa da Secretaria Estadual da Saúde.
A cobrança vai continuar
No início da tarde, havia informações de que os salários dos vigilantes do São Pedro estavam começando a ser pagos, com promessa da empresa de que todos receberiam até o final da segunda-feira. Mas nenhum sinal, ainda, do 13º salário.
O sindicato seguirá cobrando da empresa tudo que está atrasado, e dos órgãos contratantes e do Estado mais rigor na gestão dos contratos.
“Uma das medidas mais urgentes é colocar em prática a Lei Anticalote, aprovada no ano passado após muitos anos de luta dos vigilantes”, destacou José Airton. A lei determina a criação de um fundo obrigatório pelas empresas contratadas pelo Estado, numa conta vinculada, para garantir o pagamento dos direitos trabalhistas.
















