ASSEMBLEIAS APROVAM PROPOSTA SALARIAL PARA A CONVENÇÃO COLETIVA 2024

Assembleia na capital, quarta-feira, dia 24

Assembleia na capital, quarta-feira, dia 24



As assembleias gerais realizadas pelo Sindivigilantes do Sul, semana passada, na capital e interior, aprovaram por grande maioria a proposta salarial que resultou da negociação do sindicato com a entidade patronal (Sindesp-RS), que determina o reajuste de 5,02% para os salários na data-base, primeiro de fevereiro.

Com isso, o salário base dos vigilantes passa a ser de R$ 1.977,80 e o dos ASPs R$ 1.559,80.  O vale-alimentação aumenta para R$ 27,00.

Estes valores são uma conquista da campanha salarial unificada do Sindivigilantes do Sul, do Sindicato dos Vigilantes de Pelotas e Região, Sindicato dos Vigilantes de São Leopoldo e Região e Sindicato dos Vigilantes de Uruguaiana.

Das assembleias realizadas, apenas em Horizontina houve rejeição da proposta, nas demais, em Porto Alegre, Charqueadas, Camaquã e São Luiz Gonzaga, ela recebeu aprovação por unanimidade. No total geral, foram 195 votos, 170 a favor e 25 contrários.

Assembleia de Charqueadas, com grande participação da categoria

Assembleia de Charqueadas, com grande participação da categoria

Agora falta apenas a assinatura da CCT pelos sindicatos e a patronal, e a homologação do documento no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), para que os novos valores sejam garantidos na folha de pagamento de fevereiro, para serem recebidos no início de março.

O reajuste de 5,02% representa:

> a reposição integral da inflação, que somou 3,71% pelo INPC em 2023;

> uma parcela de 0,76% da reposição de perdas passadas, que foi conquistada em 2021 para ser paga em cinco vezes até 2026;

> 0,55% de aumento real.

Nos demais estados não está sendo muito diferente. Por exemplo, o Rio de Janeiro fechou acordo para sua convenção coletiva pela inflação, com 3,71% de reajuste, e São Paulo com 4,68%.

“A categoria preferiu receber logo esse reajuste, que garante a reposição de toda a inflação e também tem um aumento real, mesmo que seja pequeno, do que estender a discussão com a patronal por mais tempo”, disse o presidente Loreni Dias.

“Para termos um avanço maior seria preciso mais mobilização da categoria e presença muito maior nas assembleias, mas muitos preferem ficar reclamando em rede social do que lutar por seus direitos, precisa haver mais comprometimento de todos na campanha salarial se quiserem melhores salários”, acrescentou.

Assembleia de Horizontina foi a última, sexta-feira, dia 26

Assembleia de Horizontina foi a última, sexta-feira, dia 26

Acordos coletivos

As assembleias também autorizaram o sindicato a firmar acordos coletivos de trabalho com empresas que aceitem a proposta da categoria caso, por algum motivo qualquer, não se confirme assinatura pelos patrões dessa proposta aprovada na assembleia.

O assessor jurídico, Maurício Vieira da Silva, informou na assembleia da capital que vai ajuizar a garantia da data base, por precaução, assim como ficou autorizado o ajuizamento de dissídio coletivo, se for necessário.

Por fim, foi autorizada nas assembleias a continuidade do recolhimento dos descontos dos convênios do sindicato e da cota de solidariedade sindical, da forma como isso já vem sendo feito, independentemente de haver convenção coletiva.

Item rejeitado

Assembleia da noite na capital, dia 24

Assembleia da noite na capital, dia 24

Apenas um item foi rejeitado pelas assembleias, que é a intenção da patronal de limitar o acordo aos sindicatos que não moverem ações contra as empresas, porém, o Sindivigilantes não abre mão de defender judicialmente os trabalhadores e trabalhadoras quando for preciso.

O presidente do sindicato, Loreni Dias, ressaltou ainda que a direção do Sindesp, sem nenhuma justificativa plausível, não compareceu para negociar com os sindicatos, apenas o assessor jurídico da patronal se apresentou como negociador das empresas.

“Isso foi uma provocação e um desrespeito da patronal com os seus próprios funcionários, que com o trabalho deles geram lucro para as empresas e merecem respeito, mas os patrões sequer apareceram para negociar os salários dos seus próprios trabalhadores”, afirmou Dias.

Em protesto, Dias e os presidentes dos outros sindicatos não aceitaram se reunir com o assessor da patronal. Mesmo assim, através do assessor jurídico do sindicato, Arthur Dias Filho, a negociação evoluiu e se chegou a essa proposta, que vigilantes e ASPs aprovaram nas assembleias.