COMISSÃO DE MULHERES DO SINDICATO TEM REUNIÃO COM DEPUTADA SOFIA CAVEDON SOBRE PROJETO DA COTA DE VAGAS

Rosane Schmitz, Cristilorem Luz, Sofia Cavedon, Eni Severo e Ana Campos, no gabinete da deputada

Rosane Schmitz, Cristilorem Luz, Sofia Cavedon, Eni Severo e Ana Campos, no gabinete da deputada



Em reunião nesta quinta-feira (11) com uma comissão de mulheres do Sindivigilantes do Sul, na Assembleia Legislativa, a deputada estadual Sofia Cavedon (PT) disse que o projeto de lei da cota de vagas para vigilantes mulheres nos contratos dos Poderes do Estado tem possibilidade de ser aprovado, nas comissões e no plenário da casa, ainda em 2024.

Participaram do encontro a diretora Cristilorem Luz e as vigilantes Eni Severo, Ana Campos e Rosane Schmitz, da equipe de apoio do sindicato.

O PL 524/2019 está em análise na Comissão de Constituição e Justiça e deve passar também, depois, pela Comissão de Segurança e Serviços Públicos. A relatora do projeto na CCJ é a deputada Luciana Genro (PSOL).

A proposta determina que as empresas prestadoras de serviços nas áreas de segurança e vigilância, bem como nas de transportes de valores, contratadas por órgãos e entidades da Administração Pública Direta dos três Poderes do Rio Grande do Sul, devem reservar um mínimo de 20% das vagas dos contratos para vigilantes do sexo feminino.

“A importância desse projeto é a mudança da cultura, para que as pessoas passem a ver mais mulheres vigilantes e pelo exemplo, pela materialização da mudança, sejam superados o preconceito e a discriminação contra as mulheres nessa área”, afirmou a parlamentar, durante  a reunião em seu gabinete.

Segundo a deputada, a aprovação do PL vai depender da mobilização da categoria, pois há muitos projetos aguardando votação nas comissões da Assembleia.“Mas acredito que vamos aprovar o projeto até o final do ano”, disse.

 Mesmo curso e mesmas tarefas

Na conversa de cerca de uma hora, ela ficou muito impressionada com os relatos das vigilantes sobre os preconceitos que sofrem nesse mercado de trabalho.

Sofia - Cris - Ana - Rosane (3)

As representantes do sindicato ressaltaram à deputada que as mulheres vigilantes têm a mesma formação, fazem o mesmo curso de profissionalização, passam pelo mesmo treinamento, fazem as mesmas reciclagens e cumprem as mesmas tarefas que os homens, por isso não há razão para serem tão discriminadas na seleção de pessoal das empresas.

“Precisa ser profissional treinado para exercer a profissão e nós somos, e porque não nos contratam?”, indagou Ana Campos. “Não tem diferença, o que o homem faz nós também fazemos”, completou.

Foram citados diversos casos de postos de trabalho onde as mulheres são uma minoria absoluta. A diretora Cristilorem, por exemplo, lembrou que quando trabalhou no Aeroporto Salgado Filho, na capital, havia 20 vigilantes em serviço e apenas duas mulheres na equipe.

Elas apontaram também que muitas vigilantes exercem, ainda, o papel de chefe de família, são as principais responsáveis pela manutenção da casa, o sustento dos filhos, e precisam de emprego para cumprirem mais essa função social.

Ao final, a deputada adiantou que vai encaminhar um pedido de inscrição para as vigilantes apresentarem sua realidade aos deputados e deputadas numa reunião da Comissão de Segurança e Serviços Públicos, no espaço destinado aos assuntos gerais.

“Foi uma reunião muito positiva com a deputada, fomos muito bem acolhidas por ela, contamos a nossa realidade, e saímos daqui mais otimistas, acreditando que o projeto tem boas chances de êxito na Assembleia”, disse a diretora Cristilorem.