Desde que as empresas Rudder e Epavi perderam a licitação das agências do Banco do Brasil no interior, assumiram no lugar delas a Intersept e a Security. Grande parte dos antigos funcionários da Epavi foram contratados pela Intersept e seguiram prestando serviço nos mesmos postos do banco.
Mas, nas últimas semanas, diversos vigilantes da Intersept foram demitidos, com uma estranha coincidência: todos os dispensados tinham ingressado com processo trabalhista contra a Epavi, cobrando diferenças das suas rescisões.
Além disso, a Intersept não está pagando o valor integral do vale-transporte aos trabalhadores, sendo pago apenas o valor de R$ 10,00 no total, que não cobre o custo de ida e vinda ao trabalho dos vigilantes.
Diante disso, o sindicato enviou notificação à Intersept e Banco do Brasil, exigindo explicações e a reintegração imediata de todos os empregados demitidos que prestavam serviço nas agências do banco e que “discriminatoriamente foram desligados, devendo ser comprovado ao sindicato a reintegração de todos”.
O sindicato diz no documento que, após alguns trabalhadores ajuizarem a ação contra a Epavi e Banco do Brasil, “por pressão do presidente do sindicato patronal (Sindesp), que também é sócio diretor do grupo Epavi, a oficiada (Intersept) passou a demitir apenas os empregados que ajuizaram ação em face da antiga empregadora, sendo evidente se tratar de despedida em massa e discriminatória, de forma a penalizar aqueles trabalhadores que buscam na via judicial direitos garantidos por lei”.
Segundo o diretor José Airton de Souza Trindade, que representa o sindicato na região das Missões e arredores, foram dispensados inúmeros vigilantes em São Luiz Gonzaga, Santo Ângelo, Entre-Ijuís, Guarani das Missões, Cerro Largo, Horizontina, Panambi e Catuípe.
Nenhum deles cometeu qualquer irregularidade ou falta que justificasse as demissões, garantiu o diretor.
O presidente do Sindicato, Loreni Dias, telefonou para a direção da Intersept, em Curitiba, para cobrar explicações, mas a resposta de uma gerente, Alda Kaminski, foi de que a empresa demite quem quiser:
“Ela nos respondeu com arrogância, mas se essa empresa está acostumada a agir dessa maneira no Paraná, aqui no Rio Grande do Sul é diferente, nossa assessoria jurídica já está tomando providências e isso vai ter consequências para a empresa”, disse Dias.