A partir da ação do Sindivigilantes do Sul, finalmente, os vigilantes da Seltec que trabalham nos órgãos de saúde da capital receberam o salário do mês, quarta-feira (11). Falta ainda a empresa quitar o vale-alimentação, que prometeu pagar até esta sexta-feira.
Mas, como represália, o diretor Fabiano Sanhudo Machado foi afastado do trabalho no Hospital de Pronto Socorro por ordem do gestor do contrato, Marcelo Salamoni. Fabiano também está tendo prejuízo financeiro com a perda de um adicional de salário que recebe, mensalmente, pelo cargo de líder de equipe.
Segundo ele, o gestor disse que não quer mais saber de sindicato no hospital e que ali Fabiano não entra mais, “nem como visitante”, embora o diretor trabalhe no posto há 11 anos e não tenha cometido nenhum desrespeito com ninguém.
“Ele apenas agiu para reivindicar os salários de seus colegas que estavam desesperados, como é dever de qualquer dirigente sindical”, afirmou o presidente do sindicato, Loreni dos Santos Dias.
Revolta dos vigilantes com jogo de empurra
Havia uma revolta muito grande entre os trabalhadores devido a um jogo de empurra entre a prefeitura e a empresa.
A Seltec alegou que o município tinha atrasado por vários meses os valores das faturas da prestação do serviço. A prefeitura, por sua vez, diz que vem pagando 70% há quatro meses porque a Seltec está em atraso nos depósitos do Fundo de Garantia dos trabalhadores.
Neste impasse, quem estava sofrendo o prejuízo eram os vigilantes, o que levou Fabiano a chamar o sindicato no HPS, sexta-feira passada (06), onde os trabalhadores estavam dispostos a iniciar uma paralisação, assim como em outros postos: os centros de Saúde Modelo, Santa Marta, Cruzeiro, Hospital Presidente Vargas e outros.
Em vez de ser recebido no HPS por alguém da direção, junto com Fabiano, o presidente Dias foi conduzido para conversar com o gestor do contrato, que na hora ouviu o presidente, sobre a revolta dos vigilantes e não se alterou. Mais tarde, segundo Fabiano, o gestor invadiu a sala de segurança, gritando e ameaçando o diretor diante de outros vigilantes e servidores do hospital.
Processo por dano moral e conduta antissindical
“Ele estava completamente descontrolado, só não me agrediu porque havia uma mesa entre nós”, conta Fabiano. Depois, Salamoni enviou uma solicitação à Seltec para que Fabiano fosse recolhido à sua base na empresa, por “conduta inadequada”. Por isso, Dias voltou ao hospital, quarta-feira (11), acompanhado de Fabiano e o assessor jurídico, Maurício Vieira, e foi recebido pelo diretor administrativo do hospital, Lisandro Zwiernik, para tentar resolver esta situação.
Não adiantou, Zwiernick disse apenas que vai instaurar uma apuração interna e encaminhar o caso à assessoria jurídica da Secretaria da Saúde, mantendo o afastamento de Fabiano. O sindicato também vai tomar medidas jurídicas que estão sendo estudadas pelo advogado, inclusive processos por dano moral e conduta antissindical do hospital, além de requerer a reintegração do diretor ao trabalho.
“Não vamos deixar assim, o que o Fabiano fez é algo que é normal, que é dever dele fazer como diretor do sindicato, mas está sofrendo uma represália injustificada, que nós não vamos aceitar, ninguém pode dizer que não quer o sindicato aqui dentro e simplesmente mandar embora um trabalhador, que está há 11 anos trabalhando aqui, desse jeito”, disse Dias
O SINDICATO SEGUE NA LUTA DA DEFESA DOS TRABALHADORES (AS) E NÃO VAI SE DEIXAR INTIMIDAR POR CONDUTAS ANTISSINDICAIS!