O Dia Nacional da Consciência Negra – 20 de novembro, que ocorre neste sábado, foi criado em 2011, oficialmente, para fortalecer a luta contra o racismo no Brasil, promover a igualdade social e a inclusão dos negros e negras na sociedade, além da valorização da cultura afro-brasileira.
A data marca o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695, um dos maiores líderes negros da história do país, que lutou pela libertação do seu povo da escravidão.
Durante o período colonial, cerca de 4,6 milhões de africanos foram trazidos para servirem na condição de escravos, trabalhando primeiramente em lavouras de cana-de-açúcar e no serviço doméstico, depois na mineração, fazendas e outras lavouras do país.
Além de serem submetidos ao trabalho forçado, as pessoas negras escravizadas eram submetidas a um tratamento degradante e humilhante, com castigos físicos, não tendo direito a tratamento médico, à educação e a qualquer tipo de assistência social.
A data também serve para debater a importância do povo e da cultura africana no desenvolvimento da identidade cultural brasileira, por meio da música, da política, da religião ou da gastronomia, entre várias outras áreas que foram profundamente influenciadas pela população negra.
Homenagem a Zumbi surgiu no RS
O idealizador do Dia Nacional da Consciência Negra foi o poeta, professor e pesquisador gaúcho Oliveira Silveira, um dos fundadores do Grupo Palmares, associação que reunia militantes e pesquisadores da cultura negra brasileira, em Porto Alegre.
Em 1971, ano da fundação do Grupo, ele propôs uma data que comemorasse o valor da comunidade negra e sua fundamental contribuição ao país. Uma publicação da editora Abril e mais algumas pesquisas sobre o Quilombo dos Palmares levaram o grupo à escolha do 20 de novembro, em homenagem a Zumbi, o herói da resistência negra.
A partir dali, atos relembrando figuras negras históricas e esquecidas, debates e fóruns para denunciar a discriminação e o racismo passaram a acontecer por todo o país, cada vez com mais intensidade, no mês da Consciência Negra.
Feriado em muitas cidades
No estado de São Paulo, além da capital paulista, é feriado em 106 cidades, mas não existe uma lei estadual, o feriado vale apenas para os municípios que determinaram através de legislação própria o feriado de 20 de novembro.
No Distrito Federal e nos estados do Acre, Ceará, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima e Sergipe – não é feriado em nenhum dos municípios.
Já os estados de Alagoas, Amazonas, Amapá, Mato Grosso, Rio de Janeiro determinam feriado de 20 de novembro em todos os seus municípios, segundo os dados da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPIR), de 2018.
O racismo no Brasil
Para 79% dos brasileiros existe racismo no Brasil, mas 53% negaram ter preconceito contra pessoas negras e só 39% admitiram ser racistas.
Os dados são da pesquisa PoderData, divulgada nesta sexta-feira (19), que mostra ainda que, no recorte por gênero, o percentual dos que disseram haver preconceito contra negros no Brasil foi mais alto entre mulheres (83%) do que entre homens (64%).
Leia mais dados da pesquisa clicando aqui.
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Foto: Reprodução/CUT
