A Rudder, Epavi e o Sindicato das Empresas de Segurança Privada (Sindesp-RS) vão ser denunciadas pelo Sindivigilantes do Sul ao Ministério Público do Trabalho (MPT), na próxima semana, por prática antissindical e por enviarem mensagens pressionando os vigilantes a votar numa pesquisa sobre um suposto acordo coletivo sem aumento nenhum.
Outros sindicatos da categoria também devem assinar o documento ao MPT, pois a situação é a mesma, nenhum fechou acordo e os vigilantes estão recebendo essas mensagens. Caso outras empresas adotem a mesma prática vão ser arroladas na mesma denúncia.
Nos últimos dias, chegaram mensagens para os vigilantes pressionando para que respondam favoráveis à tal pesquisa de opinião. A pergunta é se os trabalhadores aceitam ou não que seja firmado um acordo coletivo de trabalho sem reajuste salarial que, pela lógica, seria firmado entre as empresas e os sindicatos representativos dos trabalhadores.
Além de apresentarem uma informação incorreta, de que a reposição da inflação seria de 3% (são 4,30% na data-base, 1º/02), os patrões ainda tentam intimidar os vigilantes com possíveis demissões, corte do adicional de uniforme, adicional de risco e adicional de alimentação. Usam como desculpa a pandemia, que estaria inviabilizando o reajuste dos salários.
Mas o presidente do Sindivigilantes do Sul, Loreni Dias, lembra que não havia pandemia no início das negociações, em janeiro, e mesmo assim as empresas não apresentaram proposta de reajuste, apenas um abono que sequer cobria as perdas inflacionárias. Além disso, as empresas não dão qualquer garantia de manutenção do emprego aos vigilantes, caso seja aceito esse acordo com ZERO de aumento.
“Estamos enviando a denúncia ao Ministério Público contra Epavi, Rudder e Sindesp, porque é inaceitável que empresas desse porte tentem fazer pressão com ameaças para obrigar o trabalhador a aceitar uma coisa dessas”, disse Dias. “Não tem valor nenhum essa pesquisa, pois quem tem legitimidade representar a categoria, realizar assembleias para que opinem e votem, é o sindicato”, acrescentou Dias.
O Sindivigilantes e os demais sindicatos da categoria no Estado receberam uma circular do Sindesp, assinado por uma funcionária, com as mesmas ameaças: caso os sindicatos não assinem um acordo nos termos das empresas, elas “podem deixar de pagar adicional de uniforme, adicional de risco, adicional de alimentação, etc”.
“Qualquer corte no pagamento dessas verbas implica na violação da CLT”, respondeu o Sindivigilantes ao Sindesp. “Caso as empresas venham a suspender o pagamento das parcelas antes referidas, o farão por conta e risco, como um ato unilateral e ilegal”, conclui a resposta.