A audiência de conciliação do Sindivigilantes do Sul com os patrões representados pelo Sindesp, na tarde desta terça-feira (03), terminou com a perspectiva de que aconteça um acordo, finalmente, na próxima audiência no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-RS).
Ela foi marcada pelo desembargador Francisco Rossal, vice-presidente do TRT-RS, que conduziu os trabalhos, para o dia 18, uma quarta-feira, às 16h30.
Logo no início da audiência, o advogado do sindicato, Arthur Dias Filho, informou que tinha havido um avanço importante nos entendimentos, a partir de uma reunião informal dele com o presidente da entidade patronal, Sílvio Pereira.
“Nesta semana, numa conversa informal, conseguimos dar alguns passos para avançar”, disse. “Nesta conversa houve uma sinalização muito positiva no sentido de que vamos ter condições de avançar na pauta”, acrescentou, sem entrar em detalhes.
Presidente do Sindesp confirma avanço
O presidente do Sindesp, Sílvio Pereira, dono da Epavi, confirmou que houve avanço na negociação e que as possibilidades de um acordo aumentaram. Ele disse que é possível que se chegue a um meio-termo e que as cláusulas mais divergentes “vão ser dirimidas (resolvidas) em 2022”.
Quem destoou do clima de entendimento que até ali reinava e quis brigar na audiência foi o assessor jurídico do Sindesp e representante da Rudder, Mário Farinon. Ele elevou o tom da discussão e atacou o sindicato com inverdades, como outras vezes, repetindo a lenga-lenga de que 12 sindicatos já assinaram a proposta patronal.
Foi preciso o presidente do Sindivigilantes do Sul, Loreni Dias, lembrar que o nosso sindicato, mais os sindicatos de Pelotas, São Leopoldo e Uruguaiana, que também não assinaram essa convenção coletiva, representam juntos cerca de 80 por cento da categoria.
Disposição de fazer acordo
Dias ressaltou ainda que há cláusulas inaceitáveis na tal proposta defendida por Farinon. Entre elas, por exemplo, a obrigatoriedade dos vigilantes dos bancos ficarem à disposição das empresas para compensar jornada e trabalhar nos finais de semana, sem ganhar nada mais por isso.
“Algumas cláusulas dessas nem o Ministério Público do Trabalho aceita”, afirmou Dias. Mas o presidente também reafirmou a disposição de negociar e chegar a um acordo que resolva logo os impasses dos dois últimos anos, 2020 e 2021.
O desembargador Francisco Rossal interviu, pedindo calma às partes, saudou o avanço que houve e sugeriu uma nova audiência, dia 18, aceita por todos. Até lá, os sindicatos e a entidade patronal devem colocar no papel uma nova proposta para ser apresentada neste dia.
“Temos fatos novos que vão viabilizar isso (o acordo)”, disse Arthur, na conclusão da reunião. “Concordo com o doutor Arthur”, completou Sílvio Pereira, o presidente do Sindesp.
“Temos detalhes importantes para acertar, mas esperamos que tudo isso se confirme, estamos otimistas porque estamos vendo que há boa vontade, pelo menos”, disse o presidente Dias.