Febraban foge de audiência pública sobre ataques a bancos

Dias representou o sindicato no debate

Dias representou o sindicato no debate

Numa audiência pública que aconteceu segunda-feira (07), na Assembleia Legislativa, foi debatido o assunto dos ataques a bancos com explosivos. Estavam presentes todos os setores envolvidos, Polícia Federal, Polícia Civil, Brigada Militar, Exército, Sindivigilantes do Sul, Instituto Geral de Perícias, deputados e outros. Menos os principais interessados, os bancos.

Como já aconteceu outras vezes, quando precisa se explicar para a sociedade, a Febraban não apareceu, não mandou representantes, e foi duramente criticada por isso. O deputado Ronaldo Santini, que propôs a audiência pública, afirmou que não há justificativa para a ausência dos bancos num debate tão importante. No mesmo dia, segunda-feira, duas agências foram atacadas com explosivos no Estado.

Desrespeito

“Os bancos são as principais vítimas em termos materiais e, no momento que foram reunidas as representações de toda a segurança pública no Parlamento, incluindo o Exército, é lastimável que não tenha havido a presença de um integrante sequer daquela federação, em total desinteresse e, mais, desrespeito para com esta Comissão e para com a Assembleia”, afirmou Santini.

Segundo ele, essa atitude dá margem para enquadramento da Febraban em associação ao crime: “Quem se omite, também colabora. A ausência nos leva a crer que não há preocupação com os acontecimentos no Estado, e, se não estão preocupados, estão coniventes”, disse. Outro deputado, Frederico Antunes (PP), pediu uma moção de repúdio à Febraban, por fugir do debate.

Lei 24 horas

Representando o Sindivigilantes do Sul, o presidente Loreni Dias afirmou que a luta dos vigilantes é pela vida, enquanto os bancos retiram pessoal da segurança para cortar custos. “Até quando veremos as comunidades com medo e as pessoas transformadas em escudos humanos?”, indagou Dias. Ele informou aos presentes que a lei da vigilância armada 24 horas nas agências bancárias já é lei em 33 municípios, mas os bancos não estão cumprindo a legislação.

Fiscalização do Exército

O comandante da 3ª Região Militar, general Valério Stumpf Trindade, explicou o trabalho do Exército como órgão responsável pela fiscalização de armamentos, munições e explosivos em território nacional. Segundo ele, é na execução de explosões nas pedreiras, por exemplo, que são mais fáceis de ocorrer os desvios de explosivos, ou em ações isoladas dos blásters, que são os profissionais encarregados dessa atividade.

Segundo o general, no primeiro semestre de 2017 circularam no RS mais de duas mil toneladas de explosivos, tendo sido usados cerca de 60 quilos em ações criminosas, ou seja, apenas 0,003% do total: “Este pequeno potencial, porém, é considerável em termos de estragos”, afirmou. Ele acredita que mudanças na legislação poderão melhorar a ação da fiscalização desses materiais. O general defendeu, por exemplo, um mecanismo que inutilize completamente as cédulas em caso de explosão dos caixas eletrônicos.