Mal o impeachment passou na Câmara dos Deputados, dia 17, faltando ainda transitar no Senado, a imprensa e o grande empresariado escancararam o seu objetivo de acabar com os direitos dos trabalhadores previstos na CLT e na Constituição Federal. Além disso, querem acabar com os repasses obrigatórios para a saúde e a educação pública. Os mais prejudicados serão os que mais usam esses serviços: os trabalhadores, trabalhadoras e suas famílias, ou seja, o povo brasileiro.
Dia 18, dia seguinte à votação do impeachment, uma notícia da Folha de São Paulo, o principal jornal do centro do país anunciou: “Reformas impopulares são sonhos empresários para governo Temer”. O texto da notícia acrescenta: “Os empresários acham que o novo governo terá de ACABAR com a obrigatoriedade dos gastos fixos em saúde e educação, fazer a reforma da previdência E DAS LEIS TRABALHISTAS e talvez seja preciso recriar a CPMF”.
Já a Zero Hora publicou, no mesmo dia, um editorial – que é a opinião da empresa (RBS) – com o título “Hora de o país se unir pelas reformas”, onde afirma que: “Chegou a vez de uma REFORMA TRABALHISTA que não desdenhe qualquer possibilidade de acenar com uma recuperação mais rápida do nível de emprego”. É claro que essa união vai ser a deles, da grande mídia, do grande empresariado, dos banqueiros e políticos conservadores contra os trabalhadores.
Na página 41, a mesma Zero Hora, publica um artigo do empresário Luiz Carlos Bohn, Presidente da Fecomércio – Federação do Comércio do Rio Grande do Sul com a mesma ladainha: “Para retomar o crescimento, temos de ELEVAR A PRODUTIVIDADE da economia através de uma REFORMA TRABALHISTA que permita superar a velha e arcaica CLT”, diz. De lá para cá, todos os dias se vê na imprensa o mesmo discurso, inclusive notícias de políticos e empresários se reunindo com Michel Temer para garantir tais “reformas” num futuro governo do atual vice-presidente, caso se confirme o impeachment da presidente Dilma.
Três coisas importantes, que os trabalhadores precisam ter em mente: 1) Para esse empresariado e seus aliados, reforma trabalhista quer dizer tirar direitos da classe trabalhadora; 2) Aumentar a produtividade quer dizer aumentar a carga de trabalho e diminuir a remuneração de quem trabalha; 3) Modernizar a legislação trabalhista, na verdade, é RETROCEDER aos velhos tempos, de antes da CLT, quando os trabalhadores não tinham direito algum, nem salário mínimo, jornada de trabalho, férias… NADA!
Todo dinheiro que for economizado com tais reformas, irá para o bolso deles, dos empresários, da mídia e dos políticos. É sempre assim que acontece quando, por exemplo, os empresários ganham isenções fiscais do governo e não baixam os preços dos produtos.
Circula na internet um vídeo – veja no link – onde o empresário Benjamin Steinbruch, importante dirigente da Fiesp, chega ao ponto de dizer que o intervalo de almoço pode ser de apenas 15 minutos: o trabalhador pode comer com uma mão e trabalhar com a outra, diz ele. Por isso, preparem-se, vamos ter que lutar muito para mantermos direitos como carteira assinada, 13º, férias remuneradas, aviso prévio, horas extras, adicional noturno, entre outros. De nossa parte, estejam certos, não faltará luta!
A Direção – Sindivigilantes do Sul