Uma equipe da direção do Sindivigilantes do Sul realizou, na manhá desta terça-feira, um trabalho de fiscalização no depósito da Vivo na Tgestiona Logística, localizada no Parque Logístico 3SB, em Nova Santa Rita. O sindicato foi conferir uma denúncia de que quatro vigilantes da Embrasil ficaram doentes, com sintomas que poderiam ser de coronavírus.
Eles tiveram febre, dor de garganta e dificuldades respiratórias. Os demais vigilantes da do posto, ficaram muito assustados, diante a possibilidade de um contágio. Na denúncia que chegou ao sindicato, relataram que continuavam fazendo revista com a raquete nos caminhoneiros que chegavam, expondo-se e sem nenhuma proteção extra.
Os dois primeiros, que foram dispensados sexta-feira do trabalho, tiveram o diagnóstico médico de que estão fortemente gripados, não é coronavírus. Quanto aos outros dois, dispensados segunda-feira, não se sabe ainda os nomes e nem o resultado de qualquer exame.
Ontem (23), a diretora Elisa Araújo falou com o gerente da Embrasil, Jorge Rouser, que confirmou o afastamento dos vigilantes mas não tinha o diagnóstico ainda. Confirmou também que os vigilantes continuavam fazendo a revista de quem chegava com as cargas ao depósito, dizendo que eles trabalhavam com as janelas abertas e tinha álcool gel disponívei.
A diretora alertou para o risco que essa revista representa e que os vigilantes não devem ficar a menos de um metro e meio de quem chega, para sua segurança. No final da tarde, Rouser informou que havia conversado com a direção geral, em São Paulo, e que as revistas foram suspensas no depósito, até segunda ordem.
Estado gripal
Hoje, na Tgestiona, Elisa e os diretores Adão Ferreira da Silva, Ivo Carioca e Luiz Paulo Motta foram recebidos pela coordenadora Elisângela e o responsável pelo parque, Luciano. Ela informou que recebeu os atestados dos dois trabalhadores dispensados sexta-feira e que eles apontam para um estado gripal, conforme o número de CID – classificação internacional de doenças.
Quanto aos outros dois, ela ainda não tem conhecimento dos seus atestados médicos. Porém, disse que há alguns dias houve ali um caso de coronavírus, realmente, mas de um funcionário da própria Tgestiona que já se encontra afastado, de quarentena.
Relatou também que às 6h30 chega o pessoal da limpeza na central de distribuição e faz a higienização geral de tudo que é tocado pelos funcionários, computadores, mesas e demais equipamentos e móveis. A vigilância é 24 horas e a Vivo está trabalhando com quadro reduzido, a maioria está em casa.
Falta de comunicação
Por fim, a coordenadora disse que vai solicitar à Embrasil que sejam feitos exames médicos dos vigilantes que vão trabalhar no posto, uma vez que está indo para lá pessoal da escolta armada para fazer o serviço, profissionais que viajam pelo estado todo e até para outros estados.
“As medidas estão sendo tomadas, nós só lamentamos a Embrasil não fornecer maiores informações aos trabalhadores deles, isso deixou os vigilantes muito assustados porque ficou no ar a causa do afastamento desses colegas vigilantes, faltou comunicação da Embrasil com os trabalhadores”, disse Elisa.
Agora a vistoria é feita pelo videomonitoramento e por um vigilante no pátio que observa de longe, a uma distância segura, toda a movimentação dos caminhões. Antes os vigilantes precisavam, inclusive, pegar um cartão do caminhoneiro para liberar o acesso do motoristas. Isso também foi cancelado.
Além da Vivo, o sindicato também já foi a hospitais e à GM conferir a situação dos vigilantes diante da pandemia de coronavírus. As denúncias mais graves têm prioridade.