A direção do Sindivigilantes do Sul foi convidada e compareceu, terça-feira (03), a uma audiência pública da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, convocada pela deputada Sofica Cavedon (PT-RS) para tratar das políticas de educação e problemas nas escolas estaduais na gestão do governador Eduardo Leite (PSDB-RS).
Dois assuntos tiveram destaque nas várias manifestações e debates ao microfone, que começaram durante a manhã e se estenderam até o início da tarde: os fechamentos de turnos e turmas nas escolas e a demissão de vigilantes.
Pelo sindicato estavam presentes os diretores Marcos Barreto, Luiz Henrique Aguiar e Gerson Farias. O presidente Loreni Dias também compareceu mas precisou se retirar antes do final, devido a outros compromissos.
Convidados a falar, os diretores se manifestaram fortemente contra as demissões de cerca de 80 colegas que trabalhavam nas escolas. Também ressaltaram que o trabalho do vigilante é, muitas vezes, desrespeitado e negligenciado:
“Além de assegurar a segurança da escola, o vigilante também tem preparo para combater incêndios e prestar os primeiros socorros”, afirmou Aguiar.
Marcos Barreto, inclusive, foi um dos demitidos e reforçou o trabalho de prevenção do profissional de segurança. “Onde os vigilantes estão presentes não há problema de violência nas escolas”, assegurou.
“Nós como sindicato estamos sensibilizados com essa situação, porque esse governo que está precarizando a educação, fechando turnos, está demitindo vários pais e chefes de família que com seu trabalho garantem a segurança de pais professores, funcionários e alunos”, disse Farias.
Ainda por cima, acrescentou, conforme os relatos dos trabalhadores, a empresa Prisma já comunicou que, como Estado não tem verba para pagar pelo serviço, vai fazer rescisões zeradas, sem o pagamento das verbas rescisórias dos demitidos, e os vigilantes terão que buscar seus direitos na Justiça.
Fechamento de turnos
Sobre o fechamento de turnos nas escolas, a professora da Escola Estadual de Ensino Fundamental (EEEF) Nossa Senhora do Rosário, Mirian Torres, por exemplo, afirmou que o impacto será enorme para os jovens da sua cidade.
“A nossa escola também é um espaço que mantém os alunos longe da violência e das drogas. Em um único turno, é impossível fazer o atendimento e ter a estrutura física para atender 300 jovens. O fechamento é um crime contra a educação”, protestou.
Segundo Rosane Lattuada, diretora da Escola Professor Carlos Rodrigues, de Porto Alegre, a Secretaria de Educação do Estado (Seduc) sequer comunicou o fechamento de turno na escola. “Não houve o comunicado de fechamento de turno, mas sim o bloqueio no sistema de matrículas para o turno da tarde. Então, o governo estadual sequer dialoga conosco”, afirmou.
A diretora citou as melhorias realizadas no local nos últimos quatro anos. “Tivemos reformas para melhorar a acessibilidade na escola e isso para quê? Para fecharem o turno agora? É um desperdício do dinheiro público”, lamentou.
A presidente do Sindicato dos Professores (CPERS), Helenir Aguiar Schürer, disse que “todos precisam estar unidos na defesa e proteção das crianças que querem estudar e merecem que a educação seja de qualidade”.
Em meio à reunião, a deputada Sofia Cavedon agendou junto à Secretaria da Educação uma reunião para apresentar as demandas das escolas atingidas e tentar reverter os fechamentos de turnos e demissões que estão ocorrendo.