Bancos não mudam proposta e greve dos bancários continua, mais forte ainda

Mais uma vez a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) desrespeitou a categoria dos bancários ao manter a mesma proposta rebaixada, de 7% de reajuste nos salários, durante a oitava rodada de negociação com o Comando Nacional dos Bancários, nesta quinta-feira (15), em São Paulo. Não houve nenhuma mudança, sequer em relação à proposta apresentada no último dia 9 de setembro. Os trabalhadores exigem a reposição da inflação do período (9,62%), mais 5% de aumento real, entre outras demandas de saúde, condições de trabalho, segurança, igualdade de oportunidades e garantia de emprego.

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Negociação não avançou nada em relação à reunião passada

A resposta dos bancários e das bancárias a esse desrespeito é a luta. A greve nacional da categoria chegou ao seu décimo dia com muita força. Quinta-feira, 12.608 agências e 49 centros administrativos tiveram as atividades paralisadas em todo o Brasil. O número representa 54% das agências no Brasil e diante da intransigência da Fenaban a paralisação vai crescer ainda mais, afirmou Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT e um dos coordenadores do Comando Nacional.

Nos 15 municípios da base territorial do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, foram 289 agências fechadas. No Rio Grande do Sul, 935 não abriram as portas. “Os banqueiros agem com total descaso ao tentar impor perdas de 2,39% aos bancários, já que insistem em não repor a inflação, e ainda, desvalorizar os funcionários, sem atender às demais reivindicações… Nossa resposta está nas ruas, nas agências, com a nossa greve aumentando. Continuamos dizendo a cada bancário e cada bancária: Só a luta te garante”, ressaltou Roberto.

Lucros exorbitantes X Desemprego

Com os lucros nas alturas, os cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa) lucraram R$ 29,7 bilhões no primeiro semestre de 2016, mas, por outro lado, cortaram de 7.897 postos de trabalho nos primeiros sete meses do ano. Entre 2012 e 2015, o setor já reduziu mais de 34 mil empregos.

A população também paga o pato, com a ganância dos banqueiros. A taxa de juros do cheque especial bate recordes a cada mês. De acordo com dados do Banco Central (BC), chegou a 318,4% ao ano, no mês de julho (última pesquisa divulgada). No cartão de crédito, os números são ainda piores, com taxa de juros de 470,7% ao ano.

“Um desrespeito aos trabalhadores e toda a população. Os bancos chamaram para uma negociação e não trouxeram nenhuma novidade na mesa. A greve vai crescer até ter uma nova proposta, que inclui reajuste digno a manutenção do emprego para a categoria”, disse Juvandia Moreira, vice-presidenta da Contraf-CUT e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.

Fonte: Contraf-CUT e SindBancários