CANCELADA A AUDIÊNCIA DE MEDIAÇÃO QUE ACONTECERIA HOJE À TARDE (23)

Cancelamento foi publicado no site do tribunal

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O desembargador Francisco Rossal de Araújo, vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-4), cancelou a audiência de mediação que estava marcada para as 16h30 desta quarta-feira (23), com o Sindivigilantes do Sul, os sindicatos de São Leopoldo, Pelotas, Uruguaiana e o sindicato patronal (Sindesp). Não ficou marcada nova data.

No seu despacho, o desembargador menciona a resposta dos sindicatos às exigências que os patrões fizeram na última reunião. Os sindicatos não aceitam a nova exigência da patronal de que sejam retirados vários processos judiciais contra as empresas, como condição para prosseguir a negociação. Nem o Ministério Público, que se manifestou na última audiência, concordou com isso.

Além disso, os patrões querem que os sindicatos sejam obrigados a pedir a mediação da entidade patronal (Sindesp) antes de qualquer ação judicial ou administrativa, ou seja, antes de tomar uma atitude, como pedir o bloqueio das faturas para garantir o pagamento dos vigilantes, o sindicato teria que pedir licença aos patrões.

Estão querendo, na verdade, amarrar os sindicatos e acabar com a fiscalização, porque as empresas estão desrespeitando cada vez mais a legislação trabalhista, as convenções coletivas, e querem ficar impunes.

“Ano passado, tentaram exigir que o Ministério Público do Trabalho parasse de abrir processos contra as empresas. Agora querem que os sindicatos abram mão das suas ações judiciais e da fiscalização. Desse jeito, no próximo ano vão exigir o fim da Justiça Trabalhista!”, afirmou o presidente Loreni Dias.

Cláusulas absurdas

Sem contar que mantiveram na sua proposta outras cláusulas absurdas, como o intervalo de 30 minutos e o pagamento de só meia hora quando não tiver intervalo, a autorização para o intervalo a qualquer hora do dia (inclusive o início e no fim da jornada) e a compensação de jornada dos vigilantes dos bancos, que deverão permanecer à disposição das empresas para trabalhar nos finais de semana.

Como no ano passado, acrescentou Dias, a patronal quer aumentar ainda mais a exploração dos vigilantes e enfraquecer a ação dos sindicatos. “Isso nós não vamos aceitar, porque os prejuízos para a categoria são muito maiores que o aumento que eles estão oferecendo”, disse o presidente. O aumento oferecido pela patronal é de 6,01%.

O presidente Dias, a assessoria jurídica e os dirigentes dos demais sindicatos vão avaliar a situação,  logo mais, e decidir quais serão as próximas atitudes diante do impasse na negociação. “Temos algumas alternativas que serão analisadas”, concluiu Dias.