Agência Centenária e mais duas ficaram fechadas
até o meio-dia
A direção e apoios do Sindivigilantes do Sul, com a participação de dirigentes da CUT, fecharam três agências do banco Santander, na manhã de hoje (21), no centro de Porto Alegre, em protesto contra a determinação do banco que proíbe os vigilantes de almoçarem, desde setembro. Foram impedidas de abrir para os clientes, permanecendo fechadas até o meio-dia, as agências Centenário e mais duas filiais localizadas na Rua Sete de Setembro, na quadra entre a Praça da Alfândega e a Prefeitura.
Para cortar despesas, o banco adotou esta medida em todo o país, causando a demissão, em Porto Alegre, de mais de 100 vigilantes das empresas terceirizadas que prestam serviço nas agências. Eles faziam o revezamento do horário de intervalo, a chamada rendição de almoço (RA). Um relatório do Dieese, no entanto, aponta que “no 1º trimestre de 2016, o Banco Santander obteve um Lucro Líquido Gerencial de R$ 1,660 bilhão, com crescimento de 1,7% em relação ao mesmo período de 2015 e de 3,3% em relação ao 4º trimestre de 2015”.
Cinicamente, o banco diz que os vigilantes podem “almoçar” às oito horas da manhã ou depois do final do expediente. “Já oficiamos o banco, pedindo a revogação dessa medida absurda, também fizemos um protesto na frente da agência Centenário, na última quarta-feira, mas não houve resposta nenhuma e tivemos que adotar essa atitude mais drástica”, disse o presidente do sindicato, Loreni Dias.
Faixas, cartazes e panfletos denunciaram a situação à população: “Este banco não respeita os direitos dos vigilantes”, “Santander não permite que os vigilantes almocem”, “Banco quer escravizar os vigilantes”, eram algumas das frases mostradas à clientela do Santander. “Quero lhes desejar boa sorte, a população não sabe a pressão que os trabalhadores, em todos os setores, estão sofrendo hoje em dia, particularmente vocês”, disse uma senhora que passava em frente ao banco.
O Sindivigilantes do Sul, que tem como base mais de 300 municípios no Estado, agora está mobilizando sindicatos de outras cidades, como Pelotas, Novo Hamburgo, Uruguaiana e Lajeado, a se juntarem à mobilização, bem como de outros estados, com o apoio da Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV).
“O Santander não faz ideia do prejuízo que isso vai trazer para sua imagem no país todo, pois quem vai querer ser cliente de um banco com mentalidade escravocrata, que impede os trabalhadores até mesmo de almoçar?”, ressaltou o presidente Dias. O sindicato também ingressou com ação judicial solicitando o cumprimento imediato da CLT, que garante o intervalo para descanso e as refeições a todos os trabalhadores.