Uma comissão de fiscalização do Sindivigilantes do Sul compareceu, na manhã de quinta-feira (17), em dois postos de vigilância da Bankfort Vigilância Privada, para conferir várias denúncias anônimas de irregularidades recebidas no sindicato. Estavam na comissão o vice-presidente, Luiz Paulo, Motta, as diretoras Elisa Araújo e Cristilorem da Luz e a apoio Maria Elair da Silva.
Uma vigilante que ligou para a diretora Elisa chegou a chorar, relatando as dificuldades que está passando por conta dos desmandos da empresa.
Na área onde foi demolido o prédio da Secretaria da Segurança Pública (SSP), na Rua Voluntários da Pátria, a comissão teve a confirmação de que ainda não foram pagos os salários de março de quem faz a segurança do local. São 11 vigilantes de dia e 07 à noite, que receberam neste mês apenas o vale-alimentação (reajustado) e o vale-transporte do mês, mais nada.
A revolta é tão grande no posto que, quarta-feira (16), cinco vigilantes não compareceram ao serviço. Segundo as denúncias que chegaram ao sindicato, um diretor da empresa, sem formação de vigilante, está indo no posto de uniforme e revólver na cintura, inclusive, para fazer a substituição dos que faltaram.
“Ele não tem curso de vigilante”, garantiu quem fez a denúncia.
Uma vigilante que ingressou com rescisão indireta do contrato, através da assessoria jurídica do Sindivigilantes, mencionou também outras situações, como reciclagens e CNVs vencidas há um ano e EPI incompleto, além dos atrasos frequentes no pagamento dos salários.
Cais do Porto
A comissão do sindicato também esteve no Cais do Porto, onde os salários estão em dia, mas vem sendo pagos com atrasos também, praticamente todos os meses. A situação não é pior, como na SSP, porque o contratante do Cais exige da empresa o cumprimento dos direitos dos trabalhadores.
Outra situação bastante grave, segundo chegou ao conhecimento do sindicato, é a dos vigilantes da Bankfort na Expointer, em Esteio, área de abrangência do Sindicato dos Vigilantes de São Leopoldo e Região, que já foi informado destes problemas.
Multa e dano moral
Conforme o advogado Maurício Vieira, da assessoria jurídica do sindicato, o atraso reiterado e sistemático de pagamentos é motivo para aplicação do artigo 483 da CLT, que prevê a possibilidade da rescisão indireta do contrato e cobrança dano moral, em ação individual dos vigilantes.
Além disso, de forma coletiva, o sindicato vai usar dos meios judiciais para aplicar a cobrança de multa por atrasos de salários e dano moral, bem como a comunicação de denúncia ao Ministério Público do Trabalho.
Quem se sentir lesado pela empresa e precisar de orientação legal, pode procurar o atendimento na assessoria jurídica, de segunda a quinta-feira, das 09h às 14 horas. Mais informações: (51) 3224-4545 ou 3225-5070.
Para informações sobre processos em andamento, mande mensagem com nome completo e CPF para: (51) 9-9957-8256.
Nota: Depois da publicação, fomos informados que os vigilantes da Expointer receberam o seu salário, finalmente.