Sindicato anuncia projeto que fixa cota de 20% para mulheres vigilantes nos contratos públicos

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Diretora Mariza Abrão diz que hoje menos de 2% das vagas de trabalho são ocupadas por mulheres

Antes da palestra do Outubro Rosa para as mulheres vigilantes, sábado pela manhã, o presidente do Sindivigilantes do Sul, Loreni Dias, e a diretora Mariza Abrão, da Secretaria dos Assuntos da Mulher, anunciaram uma grande novidade para as mulheres vigilantes: por iniciativa do sindicato, o deputado Adão Villaverde (PT), que estava presente, vai protocolar hoje (17), na Assembleia Legislativa, um projeto de lei que garante a cota de, no mínimo, 20% das vagas nos contratos das empresas de segurança privada com os órgãos públicos dos três poderes no Estado.

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Diretora Mariza, com o texto do projeto, deputado Villaverde e presidente Dias, ao centro, fizeram o anúncio

O anúncio recebeu aplausos calorosos das vigilantes, mães e filhas, que lotaram o auditório do Sindiferroviários, local da palestra. Estavam presentes também a presidente do Sindivigilantes de Novo Hamburgo, Maria Rosane do Amaral, e a diretora de Formação da CUT, Maria Helena de Oliveira.

“Sempre defendi muito, desde o início da nossa gestão, uma participação maior das mulheres na diretoria e mais benefícios para as mulheres vigilantes, e agora estamos dando um grande passo para garantir às vigilantes um espaço maior e mais justo no mercado de trabalho”, afirmou o presidente Dias.

Mariza ressaltou que já enfrentou muito preconceito na carreira, como todas as vigilantes, e que elas representam hoje menos de dois por cento dos trabalhadores e trabalhadoras nas empresas do setor. Preocupada com isso, ela vinha discutindo a elaboração de uma proposta de cotas para mulheres e encontrou um projeto neste sentido que já vai aprovado no Mato Grosso do Sul. “Nós vamos encher a Assembleia Legislativa com as mulheres vigilantes para que o nosso projeto seja aprovado”, adiantou.

Ela contou que, há poucos dias, uma empresa gaúcha abriu mais de cem vagas de trabalho mas somente para homens. “Nós somos profissionais da área da segurança, nos preparamos para isso e não aceitamos essa discriminação de sexo, por isso queremos aprovar de muito rapidamente essa proposta, contamos com o apoio dos deputados que são do lado do povo, que sempre estão do nosso lado, e vamos atrás dos outros também, para garantir os votos que precisamos”, completou.

A diretora e o presidente Dias agradeceram ao deputado, que e felicitou o sindicato. “Parabéns ao Sindivigilantes do Sul por essa iniciativa, esta é uma diretoria que trabalha de forma séria, responsável, que defende os salários da categoria, que se preocupa também com a luta mais geral dos trabalhadores e que encaminha legislações que melhoram a qualidade de vida da categoria”, disse Villa.

Segundo o deputado, o PL da cota para mulheres vai ser protocolado nesta segunda-feira e, então, corre o prazo de duas semanas para os deputados fazerem emendas. Depois ele passa por comissões, como a de Constituição e Justiça, para então ir à votação em plenário. Villa também é o autor do projeto Anti-Calote, que ainda não foi votado e que visa garantir os direitos dos trabalhadores terceirizados nos casos de rescisão de contrato.