Além do Sindivigilantes do Sul, os sindicatos de vigilantes de Pelotas, São Leopoldo e Uruguaiana, também não vão negociar nenhuma cláusula da convenção coletiva de trabalho de 2021 sem antes resolver o impasse da convenção de 2020. Isto ficou combinado numa reunião virtual dos seus presidentes no final de semana.
Todos esses sindicatos têm a data-base em 1º de fevereiro e não aceitaram assinar a convenção de 2020 zerada que os patrões tentaram impor, sem nenhum reajuste salarial, nem mesmo a reposição das perdas da inflação (4,30%).
“O sindicato não fecha acordo nenhum em 2021 sem resolver 2020, não há outra hipótese, o trabalhador tem seu valor e isso não está sendo considerado pelos empresários”, disse o presidente Loreni Dias. “Já começamos a nos preocupar com a próxima convenção coletiva, porém nós e outros sindicatos não vamos aceitar que seja como a patronal quer”, completou.
Dias questionou a Federação dos Vigilantes e os sindicatos filiados a ela que concordaram prontamente com a proposta zerada das empresas, sem luta e sem resistência. Pior ainda, a Federação, que tem o Paulo Éverton na direção, e seus sindicatos aceitaram bem mansinhos as perdas que os vigilantes tiveram no bolso.
Os vigilantes dos sindicatos filiados à Federação não tiveram vantagem nenhuma com isso, mas os sindicatos garantiram o repasse das contribuições pelas empresas. Já os outros sindicatos que não assinaram essa proposta indecente tiveram bloqueados os repasses pelas empresas, mas não traíram a categoria.
”Não vou assinar nada só pra favorecer o patrão, os sindicatos que assinaram essa convenção que os patrões apresentaram só pensaram no próprio sindicato, só pensaram nas contribuições que estão recebendo, não pensaram na categoria”, ressaltou Marcelo Puccinelli Alves, presidente do Sindicato dos Vigilantes de Pelotas.
Empresas queriam diminuir os salários
O presidente do Sindicato dos Vigilantes de São Leopoldo e Região, Moisés Machado, lembrou que na mediação da Justiça do Trabalho as empresas, representadas pelo Sindesp, apresentaram como proposta a redução dos salários de todos os vigilantes em 12%. Não fosse a resistência dos sindicatos, estariam todos hoje recebendo ainda menos nos contracheques.
“Estamos juntos, está na hora das empresas verem que por trás da nossa liderança existe uma categoria que deve ser respeitada, mas precisamos do respaldo da categoria também”, afirmou o presidente do sindicato de Uruguaiana, Luis Carlos Corrêa da Silva.
“Temos que resolver primeiro uma coisa para depois pensar na outra, os patrões estão muito mal acostumados, infelizmente o governo deu muitas vantagens para eles e agora querem fazer tudo do jeito deles, mas estamos juntos e não está morto quem peleia”, completou Marcelo Alves.