SINDICATOS E PATRÕES NÃO CHEGAM A ACORDO NA REUNIÃO DE MEDIAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO

Presidente Loreni Dias, na reunião por videoconferência

Presidente Loreni Dias, na reunião por videoconferência



Terminou sem acordo a reunião de mediação da Justiça do Trabalho por videoconferência, na manhã de hoje (09), com a participação dos presidentes do Sindivigilantes do Sul, Loreni Dias, do Sindicato dos Vigilantes de São Leopoldo e Região, Moisés Machado, o assessor jurídico, Arthur Dias Filho, os representantes da entidade patronal (Sindesp), Sílvio Pires e Mário Farinon, a procuradora Beatriz Junqueira Fialho, pelo Ministério Público do Trabalho, e o desembargador Francisco Rossal de Araújo, que coordenou os trabalhos.

Logo no começo da reunião, as empresas apresentaram uma proposta de redução de 12% dos salários dos vigilantes e redução de jornada, com a justificativa de que a pandemia do novo coronavírus está provocando uma grande crise no setor, com o fechamento de muitos postos. Segundo o presidente do Sindesp, Sílvio Pires, essa seria uma maneira de tentar garantir empregos pelos próximos meses, até a situação voltar à normalidade

No entanto, foi lembrado que a pandemia do coronavírus é posterior à data-base da categoria, 1º de fevereiro, e que mesmo antes dela acontecer as empresas estavam oferecendo apenas um prêmio de assiduidade – cerca de cem reais por mês. Essa proposta, inclusive, foi recusada pela categoria e a negociação interrompida, o que levou os dois sindicatos a pedirem a mediação da Justiça do Trabalho.

O presidente Loreni Dias deixou claro que não aceitaria uma proposta de redução de salários: “Estou aqui para levar uma nova proposta, saída dessa reunião, para a categoria”, afirmou Dias. Ele acrescentou que os demais sindicatos do Brasil que já assinaram convenção coletiva tiveram a reposição da inflação, pelo menos. Segundo Moisés, apesar da crise, é preciso avançar numa nova proposta que seja aceitável pelos vigilantes.

Já o assessor jurídico, Arthur Dias Filho, questionou se esse sacrifício dos trabalhadores seria compensado com a garantia da manutenção dos empregos, mas os representantes do Sindesp responderam que não poderiam dar garantia nenhuma de estabilidade aos vigilantes. Neste sentido, a desembargadora Beatriz Fialho questionou as empresas por estarem propondo redução de salários se, mesmo assim, poderão acontecer novas demissões. 

Os dirigentes do Sindesp insistiram que o cenário é de muita incerteza e de que não têm condições de oferecer qualquer reposição salarial agora. Diante do impasse, foi marcada nova reunião de mediação para o dia 17 de junho, às 10h30.

O desembargador apresentou, como proposta para discussão na nova reunião, os seguintes itens: a) Renovação de todas as cláusulas sociais. b) Reposição das perdas inflacionárias, de forma total ou parcial, com  ou sem escalonamento (pagamento em parcelas), c) Como alternativa, redução de jornada e salário.