A grande maioria dos vigilantes da capital e interior aprovou, em todas as assembleias, a proposta da entidade patronal que prevê 11% de reajuste salarial, ficando a diferença da inflação (0,31%) para ser paga no próximo ano. O vale alimentação ficou em R$ 17,40, restando 1% sobre esse valor também para ser pago em 2017. Amanhã, quarta-feira (16), o presidente do Sindivigilantes do Sul, Loreni Dias, deve assinar a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) com o Sindicato das Empresas de Segurança Privada (Sesp-RS), que depois vai à homologação pelo Ministério do Trabalho.
O pagamento do aumento dos salários deve ser retroativo à data-base (1º de fevereiro). Será feito todo o possível para que aconteça já na próxima folha, no início de abril, mas isso não pode ser garantido ainda. A assinatura da Convenção não acontece hoje, terça-feira (15), por impossibilidade do representante da patronal e pela necessidade da revisão de todo o documento pela assessoria jurídica do sindicato.
Os patrões desistiram de implantar as novas escalas que estavam propondo – 1×1, 2×1, 3×1, 4×1, 5×1, 5×2 – diante da reação da categoria. Mas outros sindicatos, ligados à Federação dos Vigilantes (Fepsp), aceitaram essas escalas, como os sindicatos de Santa Maria, Santa Cruz do Sul. Eles assinaram o acordo com a entidade patronal antes da data-base e antes de saber o índice da inflação, que foi divulgado apenas dia 10 de fevereiro, dividindo e prejudicando a campanha salarial dos vigilantes.
Na assembleia da capital, realizada em duas sessões, segunda-feira (14), a diferença de votos foi quase o dobro: 120 vigilantes votaram a favor da proposta aprovada (48 de manhã e 72 à noite) e 65 votaram contra (19 de manhã e 46 à noite). Em Três Passos, foram 32 votos à favor; em Santo Ângelo, 54 votos favoráveis; em São Luiz Gonzaga, 89 votos à favor; em Camaquã 55 e em Butiá 64 também aprovaram a proposta, sem nenhum voto contrário ou abstenção nas cinco assembléias.
No total, 414 votaram a favor e 65 foram contra a proposta da patronal. Entre os contrários, estava o diretor da Federação dos Vigilantes Paulo Éverton. Porém, ele foi favorável a essa mesma proposta para os sindicatos que negociaram antes da data-base, com as novas escalas, que já estão sendo implantadas pelos patrões no interior do Estado.
“Lá na Federação ele foi favorável à proposta, aqui ele foi contra. O que ele quer, afinal? Destruir a categoria?”, questionou o presidente do Sindivigilantes do Sul, Loreni Dias. Caso essa proposta fosse rejeitada, o dissídio seria ajuizado na Justiça do Trabalho, onde as decisões têm sido todas desfavoráveis aos trabalhadores. A assembleia da capital teve grande participação, com o auditório da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) lotado nos dois turnos.
Na foto: à direita, advogado Jorge Young, assessor jurídico; ao centro, presidente Loreni Dias, e o diretor Jurídico, Gérson Farias.