16º CONGRESSO DA CUT-RS TEM MAIS DE 400 DELEGADOS INSCRITOS

Congresso da CUT-RS - site



Sob o lema “Luta, Direitos e Democracia que transformam vidas”, o 16º Congresso Estadual da CUT Rio Grande do Sul (16º CECUT-RS), que será realizado nos dias 04 e 05 de agosto no Teatro Dante Barone da Assembleia Legislativa, já tem a programação definida, com a participação do presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre.

Estão inscritos mais de 400 delegadas e delegados e mais de 40 observadoras e observadores, que foram eleitos pelas entidades filiadas.

Nos últimos quatros anos, apesar da pandemia, mais de 30 sindicatos se filiaram ou se refiliaram à CUT, como o CPERS Sindicato e o Sintrajufe-RS, dentre outros.

Além disso, várias entidades e movimentos sociais estão sendo convidadas para a cerimônia de abertura do evento, que também comemora os 40 anos de história da CUT com homenagens e confraternização.

Fundada em 28 de agosto de 1983, em plena ditadura militar, a trajetória da Central se confunde com a resistência do povo brasileiro contra o autoritarismo, a luta pelos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras e pela democracia.

Encontros dos Setores e Macrossetores

Antecedendo a abertura do 16º CECUT-RS, serão realizados Encontros dos Setores e Macrossetores para construir propostas de resoluções específicas para as lutas de cada segmento.

O primeiro a se reunir será o setor da Educação, que está marcado para a próxima segunda-feira (31), às 19h, através da plataforma Zoom, sendo preparatório para o Encontro do Macrossetor de Serviços Públicos.

Ao longo do evento, haverá mesas de debates com exposições de especialistas, balanço da atuação da CUT, aprovação de resoluções de estratégias da CUT e prioridades para o próximo periodo. Também será aprovado um plano de lutas e eleita a direção para a gestão 2023-2027.

O 16º CECUT-RS acontece antes do 14º Congresso Nacional da CUT (14º CONCUT), que será realizado entre os dias 19 e 22 de outubro, em São Paulo.

Construir e reconstruir o Brasil

O presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, afirma que “o CECUT vai ser o momento de consolidação desse expressivo crescimento que nós tivemos no estado. É o momento para fazer um bom debate, uma boa discussão sobre como nós vamos nos organizar, que sociedade nós queremos – mais democrática, com direitos -, que país desenvolvido nós queremos, com inclusão, com sustentabilidade e com um projeto de nação, que tem soberania, mas que dialogue com o mundo”.

Amarildo Cenci, presidente da CUT-RS

Amarildo Cenci, presidente da CUT-RS

“Nesse congresso particularmente temos uma expectativa de que a gente aprofunde a discussão sobre qual é o papel e o projeto da classe trabalhadora. Temos claro isso no sentido de nos organizarmos para intervir melhor nos locais de trabalho, nos territórios, nos espaços sociais em que participamos e como nós podemos ser protagonistas”, ressalta o dirigente sindical.

Amarildo espera que “juntos possamos construir uma classe organizada, uma classe que se comunica e uma classe que se entenda, a fim de construir e reconstruir o Brasil. Um Brasil de direito de inclusão econômica, social e cultural, respeitando a diversidade, as etnias e todas as diversidades”.

O Brasil da classe trabalhadora

Para a secretária-geral da CUT-RS, Vitalina Gonçalves, “o congresso é um momento de reconstrução do Brasil, uma reconstrução com as duas mãos da classe trabalhadora, que aponte para um desenvolvimento sustentável, que combata a desigualdade, que traga emprego com condições e direitos para a nossa classe trabalhadora”.

“O movimento sindical mais forte e organizado traz uma classe trabalhadora mais consciente e traz a possibilidade de um Brasil que, de fato, seja o nosso Brasil. O Brasil da classe trabalhadora”, destaca Vitalina.

Vitalina Gonçalves, secretária-geral da CUT-RS

Vitalina Gonçalves, secretária-geral da CUT-RS

A coordenação do 16º CECUT-RS é integrada pelos dirigentes Amarildo Cenci, Vitalina Gonçalves, Paulo Farias, Isis Garcia, Antonio Güntzel, Maria Helena de Oliveira, Ademir Wiederkehr e Marcelo Carlini.

Confira a programação!

PROGRAMAÇÃO

SEXTA – 4 DE AGOSTO

14h às 20h30 – CREDENCIAMENTO

14h às 17h – ENCONTRO DOS SETORES E MACROSSETORES

1. Indústria
2. Serviços Públicos
3. Transporte
4. Saúde
5. Comércio e Serviços
6. Agricultura Familiar
7. Ramo Financeiro

17h30 – APROVAÇÃO DO REGIMENTO INTERNO

18h – SOLENIDADE DE ABERTURA DO 16º CECUT-RS

18h30 – PAINEL 1: CRISE DO CAPITALISMO E RUMO A UMA NOVA ORDEM MUNDIAL

Paulo Gilberto Fagundes Visentini, professor titular de Relações Internacionais da UFRGS

19h30 – PAINEL 2: A ESTRATÉGIA CUTISTA PARA RECONSTRUÇÃO DO BRASIL E O ENFRENTAMENTO AO GOVERNO EDUARDO LEITE

Sérgio Nobre, presidente da CUT Brasil
Mari Perusso, coordenadora da Bancada do PT na Assembleia Legislativa do RS

22h – CUT 40 ANOS: HOMENAGENS E CONFRATERNIZAÇÃO

SÁBADO – 5 DE AGOSTO

8h30 – PLENARINHA

10h – MESA 2: BALANÇO DA ATUAÇÃO DA CUT

9h30 – PAINEL 3: AUTONOMIA DO BANCO CENTRAL E SUA POLÍTICA DE JUROS ALTOS

Victor Pagani, supervisor técnico do Dieese em São Paulo

10h30 – MESA 3: RESOLUÇÕES DE ESTRATÉGIA DA CUT

Observação: é imprescindível que cada delegado e delegada leia o Caderno do Texto-Base do 14º CONCUT

13h – ALMOÇO

14h – MESA 4: APROVAÇÃO DAS RESOLUÇÕES DE PRIORIDADES PARA O PERÍODO DA DIREÇÃO GERAL, COLETIVOS, SETORES E MACROSSETORES

15h – APROVAÇÃO DO PLANO DE LUTAS

16h – ELEIÇÃO DA NOVA DIREÇÃO – GESTÃO 2023-2027

17h – ENCERRAMENTO

Fonte: CUT-RS

A MORTE JÁ NÃO CAUSA MAIS ESPANTO

Presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci

Presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci



Amarildo Cenci – Presidente da CUT – RS

O individualismo anda abraçado com a indiferença. O outro tornou-se instrumento do interesse próprio. Os “descartáveis” são corpos privados de direitos e estão aí para serem intermediados por aplicativos. Os desvalidos perambulam pelas ruas e são percebidos apenas como incômodo visual. O sofrimento alheio não comove mais. Para culpá-los, criou-se a meritocracia e o ópio da teologia da prosperidade. Inventou-se até um gesto para exaltação da violência: a mão em forma de arminha.

A pandemia esparramou as contradições de um sistema que se divorciou da civilização. A força educativa do trágico colocou freios na marcha em direção à barbárie. A imagem dos médicos cubanos desembarcando em Milão, epicentro da Covid-19, mostrou que a cooperação internacional é mais sensata que a usurpação da soberania e os embargos.

O silêncio dos bilionários neste momento revela que o estado democrático é preferível que a mão invisível do mercado financeiro. O esforço científico para salvar vidas é melhor que a estupidez com requintes medievais. A instalação de comitês de salvação em várias localidades revalorizou a esfera pública sufocada por mentiras logaritimizadas nos laboratórios de manipulação em massa. O cotidiano abalado pelo isolamento social se reencontrou com a sensibilidade perdida e a possibilidade do luto restaurou o sentido do cuidado com o outro.

O capitão reagiu. Restaurou o palavreado bélico. “Na guerra, as baixas são inevitáveis. Os atletas sobreviverão”. O deboche da “gripezinha” atiçou a horda que em carreatas urrou a volta ao trabalho e às compras. A máquina de fake news inundou o senso comum impaciente com a quarentena. Os cuidados afrouxarão e as consequências serão terríveis.

Os que riam com a governança mambembe do presidente que governa, como se estivesse em um boteco com um taco de sinuca na mão e o copo de cerveja na outra, estão perplexos. As instituições que sobrevivem com o mínimo de dignidade prometem conter essa opção genocida. É hora de ficar em casa e acender a luz da solidariedade. Nossa missão é defender a vida, os direitos e a democracia.

 – Artigo publicado em 03/04/2020 em Zero Hora e Sul21.