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REPORTAGENS DO GRUPO RBS DENUNCIAM EMPRESAS DE VIGILÂNCIA ACUSADAS DE LESAR TRABALHADORES E CONTRATANTES

Juntas, 19 empresas já receberam, em 10 anos, R$ 1 bilhão em contratos com organismos federais, estaduais e 25 prefeituras gaúchas.



O Grupo RBS divulgou hoje, nas suas emissoras de TV, rádio e jornal Zero Hora, longas reportagens sobre 19 empresas de um mesmo grupo que, há muitos anos, vencem licitações públicas para vigilância e outros serviços, mesmo com inúmeros processos judiciais, condenações e denúncias contra elas.

“Nas últimas três décadas, um grupo de prestadores de serviços se habituou a vencer licitações em áreas de limpeza predial, vigilância, portaria, ascensorista, bilheteria, entre outras atividades”, diz a reportagem de Zero Hora, assinada pelos jornalistas José Luis Costa e Jennifer Gularte.

“Juntas, 19 empresas já receberam, em 10 anos, R$ 1 bilhão em contratos com organismos federais, estaduais e 25 prefeituras gaúchas. Ao mesmo tempo, em que sobrevive com dinheiro público, a maioria delas pode estar lesando o fisco e os empregados, e parcela dessa conta ficam para o contribuinte pagar”, acrescenta o texto.

A reportagem cita algumas empresas já extintas e outras que se mantém no mercado, ligadas a um mesmo grupo familiar e de amigos. Eles fecham umas enquanto abrem outras, para continuar atuando no setor, vencendo licitações e acumulando novas dívidas em tributos, salários e obrigações trabalhistas.

Irmãs Job: portas fechadas

São mencionadas a FA Recursos Humanos, Multiágil Limpeza Portaria e Serviços, Forte Sul Serviços Terceirizados, Alerta Vigilância, Abrasul e as “Irmãs Job”:  Job Recursos Humanos e Job Segurança e Vigilância, que estão com seus escritórios na capital de portas fechadas, ressalta o jornal.

Luiz Paulo Pereira Prates, que controlava a Alerta e a Abrasul, nos anos 1990, já foi condenado seis vezes por apropriação indébita previdenciária.  “Todos os processos encerraram-se há mais de 10 anos e absolutamente todas as penas que foram impostas pela Justiça foram cumpridas. Não tenho mais nada a declarar”, disse Prates ao jornal.

Segundo o jornal, somente a FA, Multiágil e Forte Sul receberam R$ 369 milhões de organismos públicos, mas devem R$ 55,2 milhões à União. As três, assim como outras sete empresas do grupo, estão proibidas de participar de licitações no país por irregularidades no cumprimento de contratos e/ou atividades parcialmente interditadas a pedido do Ministério Público.

“Apesar disso, novas terceirizadas ligadas ao grupo estão surgindo e vencendo concorrências públicas. A tática é oferecer o menor preço para ganhar as licitações, mesmo com pequeno lucro ou o suficiente para bancar as despesas operacionais”, alerta a reportagem.

O presidente do Sindivigilantes do Sul, Loreni Dias, foi um dos entrevistados pelos repórteres da Zero Hora: “Em geral, quando vai completar um ano de contrato, se aproximando o primeiro período de férias dos empregados ou de pagar o 13º salário, as empresas “esquecem” desses compromissos, embora sigam recebendo o os valores dos contratos”, afirma Dias.

Clique aqui. para ler a íntegra da reportagem. Tão logo tenhamos o link da TV, também publicaremos.

Nota do Sindivigilantes do Sul

O Sindivigilantes do Sul cumprimenta os jornalistas José Luis Costa, Jeniffer Gularte e demais participantes da reportagem pelo seu ótimo trabalho, que revela para a sociedade o quanto o poder público, o contribuinte e os trabalhadores da área estão sendo prejudicados por empresas que não deveriam mais estar atuando nesse mercado.

No sindicato, temos feito tudo ao nosso alcance no sentido de alertar e denunciar essa situação às autoridades e órgãos de fiscalização. Esperamos que agora alguma solução definitiva para isso seja encaminhada por quem de direito, uma vez que provas e evidências da gravidade do problema não faltam.

Loreni Dias – Presidente