Milhares de trabalhadores ocupam as ruas do País contra reforma da Previdência

Protesto em Porto Alegre foi encerrado com marcha até o Largo Zumbi

Protesto em Porto Alegre foi encerrado com marcha até o Largo Zumbi



Desde as primeiras horas da manhã de sexta-feira, 22 de março, Dia Nacional de Luta em Defesa da Previdência, os trabalhadores e trabalhadoras ocuparam as ruas do País contra a proposta de reforma da Previdência do governo de Jair Bolsonaro (PSL), que restringe o acesso à aposentadoria e reduz o valor do benefício, prejudicando milhões de pessoas, especialmente os que começam a trabalhar mais cedo, e os idosos que vivem em situação de miserabilidade.

É o esquenta para a greve geral que a CUT e demais centrais vão organizar se o governo insistir em manter a tramitação da proposta que acaba com a aposentadoria por tempo de contribuição, impõe a obrigatoriedade de idade mínima de 65 anos para os homens e 62 para as mulheres terem direito ao benefício.

Os metalúrgicos e metalúrgicas da Ford e da Mercedes-Benz realizaram assembleias, às 6h30, e aprovaram a participação na greve geral, que pode ser convocada pela CUT e demais centrais sindicais a qualquer momento para barrar a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC 006/2019) da reforma da Previdência do governo. Em seguida, seguiram em passeata pelas ruas de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.

Rio Grande do Sul

Mais de 5 mil trabalhadores e trabalhadoras, incluindo jovens e aposentados, foram às ruas no final da tarde de sexta-feira (22), em Porto Alegre, para protestar contra a reforma do governo Bolsonaro.

Após o ato organizado pelas centrais sindicais e movimentos sociais na Esquina Democrática, os participantes saíram em caminhada até o Largo Zumbi dos Palmares.

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Houve também manifestações e panfletagens ao longo do dia em pelo menos 72 cidades no Estado, como Caxias do Sul, Rio Grande, Santa Maria, Cruz Alta, Ijuí, Pelotas, Novo Hamburgo, Igrejinha, Taquara, São Leopoldo, Passo Fundo, Santa Cruz do Sul, Venâncio Aires e Santa Rosa, dentre outras, atingindo cerca de 1 milhão de gaúchos e gaúchas, segundo cálculo do presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo.

Boicote da mídia

“Começamos a semana passando uma baita vergonha como trabalhadores e brasileiros, com o Bolsonaro, lá nos Estados Unidos, lambendo as botas dos ianques, entregando Alcântara, abrindo mão dos vistos e entregando o Brasil”, criticou Nespolo.

“Mas nós estamos terminando a semana, com uma baita vitória, com este ato em Porto Alegre e outros 72 no Rio Grande do Sul. Não é pouca coisa. Nós dialogamos com mais de 1 milhão de gaúchos”, disse o dirigente da CUT-RS, salientando que as pessoas “não têm informação e não sabem do que se trata”; observou.

“A televisão, todas elas disputam entre si quem fala melhor da reforma. Não tem um contraponto, não tem espacinho de nada para um analista, um âncora, um deputado nosso ou um representante nosso para dizer o que é essa reforma, como vai atingir os aposentados”, enfatizou Nespolo.

“De cabo a rabo, é uma proposta para destruir o nosso futuro, destruir o futuro da juventude, destruir o futuro desta nação”, frisou.

Fonte: CUT/CUT-RS