ASSEMBLEIAS DE PORTO ALEGRE CONFIRMAM O “NÃO” AOS PATRÕES

Decisão foi unânime também à noite

Decisão foi unânime também à noite



À noite e pela manhã o resultado foi o mesmo nas assembleias realizadas quinta-feira (08), na capital, para avaliar a proposta patronal de 2,81% de reajuste e R$ 19,23 no vale-refeição, além das cláusulas sociais. Por unanimidade, a categoria disse NÃO e decidiu continuar lutando para conquistar uma pauta melhor na negociação com as empresas.

Em São Jerônimo e Camaquã os vigilantes já tinham tomado a mesma decisão, de recusar a proposta, faltando apenas se realizar as assembleias de São Luiz Gonzaga, nesta sexta-feira (09), e Santo Ângelo amanhã (10). Semana que vem deve acontecer nova reunião na entidade patronal, adiantou o presidente do Sindivigilantes do Sul, Loreni Dias.

“A proposta não é boa, é ruim, temos que melhorar essa proposta, o vale-alimentação não vale nem o preço de um cacetinho e não podemos ser ingênuos de aceitar o que a patronal quer”, disse o presidente. Ele acrescentou que estão juntos nessa negociação com o Sindivigilantes do Sul os sindicatos de São Leopoldo, Lajeado e Pelotas. Também informou que os sindicatos de Santa Cruz do Sul e Santa Maria já fecharam acordo com os patrões, mas ainda não se sabe os detalhes da proposta que eles aceitaram.

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O advogado Arthur Dias Filho, da assessoria jurídica do sindicato, ressaltou que “estamos vivendo uma nova era no país, porque desde o dia 11 de novembro está em vigor uma nova CLT”, que foi implementada pela reforma trabalhista. Ela complica muito a vida dos trabalhadores porque retira uma série de direitos, como a hora extra a partir das 5 horas na 12×36, o pagamento do feriado em dobro, admite o contrato parcial, o contrato intermitente, enfim, permite quase tudo.

Ele pediu que todos procurem conhecer a nova CLT. “Precisamos ter clareza do momento que vivemos no país, este é o momento de união da categoria, de deixar as divergências de lado, focando no que realmente é preciso”, completou o advogado.

Estava o presente na assembleia o presidente da central Conlutas, Érico Corrêa, que reforçou que os vigilantes precisam deixar as disputas políticas de lado e se concentrar na mobilização da campanha salarial: “Agora é hora de enfrentar o patrão, o nosso inimigo é o patrão e o governo, que querem achatar nossos salários e tirar os nossos direitos”, afirmou.

Todos que se manifestaram na sequência falaram no mesmo sentido, de que é preciso consciência e união da categoria. “O que o patrão está nos oferecendo é uma vergonha, não tem aumento com esse índice, somos chefes de família, vamos lutar por um salário melhor e um futuro melhor para nossos fihos”, conclamou um dos participantes da assembleia.

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Também foi bastante destacado que é preciso priorizar a manutenção das conquistas das convenções coletivas anteriores, evitando-se as perdas decorrentes da reforma trabalhista, mais até que o reajuste.

Antes da votação que rejeitou a proposta patronal, foram escolhidos quatro representantes da base, três titulares e um suplentes, que vão acompanhar a negociação do sindicato com a patronal, juntamente com outros três, escolhidos pela manhã. São eles: Sebastião Resoli dos Santos, André Machado, Deiwide Ramos, Sandro Carey, José Carlos Foleto, Carlos Alexandre Vargas de Andrades e Marco Couto.

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